CADEIA NELE: Potiguar preso por participar de atos golpistas em Brasília postou vídeos de dentro da academia da PF


Potiguar se radicalizou durante eleições (Foto: reprodução)

Por Valcidney Soares

Agência Saiba Mais

O potiguar Daywydy da Silva Firmino, de 30 anos, é um dos presos que participaram dos ataques terroristas de 8 de janeiro, em Brasília. Até esta segunda-feira (23), ele segue detido na Penitenciária da Papuda, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do DF. Logo após ser preso, Firmino chegou a publicar dois vídeos de dentro da Academia da Polícia Federal.


Atualmente, o potiguar vive em São Paulo, onde aparece como estagiário do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), de acordo com o Portal da Transparência. O órgão, ligado ao Ministério dos Transportes, disse que Firmino não faz parte do quadro de funcionários desde 31 de dezembro, mas no site do governo federal ele ainda aparece com o vínculo ativo.

Antes disso, porém, ele viveu em Natal e estudou na capital. Segundo uma publicação em sua própria rede social, Dayvydy se formou em 2016 no curso de comissário de bordo na Fly Natal, uma escola de aviação localizada na zona Sul.

Até o ano passado, sua presença nas redes sociais se limitava a imagens fazendo musculação, pratos da dieta e fotos de si e com os amigos, mas o potiguar viveu uma radicalização de outubro até este mês, pelo menos de acordo com as redes.

Em 9 de janeiro, dia seguinte ao ataque terrorista, Firmino publicou dois vídeos no Instagram de dentro da Academia da Polícia Federal, em Brasília.

“Estão chamando de 10 em 10 [pessoas] para o interrogatório e depois vão liberar. Onde serão liberados, não se sabe”, falou. Em outro vídeo, criticou a organização da fila para o almoço.

“Vacinas salvam vidas”

Antes de radicalizar Dayvydy defendeu vacinas (Foto: reprodução)

As redes sociais mostram um antes e depois de Dayvydy. Em agosto de 2021, por exemplo, ele chegou a postar a imagem do seu cartão de vacina com as duas doses de CoronaVac.

“A melhor vacina está disponível pra você, não escolha!”, afirmou. Escrevendo em inglês, ainda completou: “vacinas salvam vidas”.

Nos comentários, uma pessoa ainda comentou com emojis de jacaré, numa referência a uma fala feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2020, quando afirmou que não tomaria o imunizante contra o vírus e que “se você virar um jacaré, é problema seu”.

À brincadeira do colega, Dayvydy retrucou:

“Vira [jacaré] quem toma vacina! Vacinas salvam vidas há anos. Lembro me (sic) das aulas de história, revolta da vacina em 1904! VOLTAMOS?”

Patriota

Em 433 publicações diferentes feitas no Instagram, a primeira relacionada à política (e à Bolsonaro, em quem votou) veio apenas em 6 de outubro, pós primeiro turno, quando postou um vídeo criticando Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A partir desta data, até 9 de janeiro (última atualização em seu Instagram), o que se seguiram foram 132 posts, sendo 129 diretamente ligados à política, com críticas a Lula, contestação do resultado das eleições e pedidos de ajuda às Forças Armadas.

A partir de 2 de novembro, três dias após a votação do segundo turno que decretou a derrota de Bolsonaro, o potiguar iniciou a série de publicações de vídeos no acampamento de bolsonaristas no II Comando Militar do Sudeste, o Batalhão do Exército em São Paulo. O potiguar chegou a passar a virada de ano acampado no local.

Em 7 de janeiro, ele postou o primeiro vídeo em Brasília, em frente ao Quartel General do Exército.

“Patriota, venha defender o Brasil. Você foi convocado!”, afirmou, na legenda.

Hoje, Dayvydy Firmino é um dos nove potiguares presos por participar do ato terrorista na capital federal.
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