EMPREENDEDOR EXEMPLAR: Pediu R$ 50 mil da sogra para abrir loja de açaí; hoje fatura R$ 8 milhões


Para se tornar sócio de Bruno Alexandre, 34, na loja de açaí em Jundiaí (SP), em 2015, Lucas Vanni, 33, não pensou duas vezes: pediu R$ 50 mil emprestados para a sogra, Magda Faria. Três anos depois, em 2018, ela emprestou mais R$ 100 mil. O dinheiro foi usado na montagem da loja modelo da marca.

Em 2022, a rede do Açaí da Cidade, que tem 22 unidades, faturou R$ 8 milhões. O lucro não foi divulgado.
"Não foi doação; foi empréstimo", diz sogra

Vanni diz que pagou os R$ 50 mil em 10x sem juros. "Era sagrado já reservar a parcela de R$ 5.000 para dar todo mês a ela", afirma.

Magda, que é aposentada e tem renda proveniente de imóveis alugados, diz que considera Vanni "como um filho".

Ele sempre foi muito batalhador. Então, foi um empurrão que dei [emprestar o dinheiro para que ele entrasse no negócio]. Nem por um momento imaginei que não iria me pagar. Não foi doação; foi empréstimo.
Magda Faria, sogra de Lucas Vanni

No segundo empréstimo (de R$ 100 mil), o pagamento foi feito à vista, em novembro de 2020. Os juros (0,7% ao mês) foram sendo pagos antes, mês a mês, até a data final da quitação.

Após pagar à vista para a sogra, Vanni fez uma cópia do comprovante de pagamento e colocou em um quadro pendurado em seu escritório na loja modelo da marca, em Jundiaí. "Foi uma conquista", declara ele.
Como começou o negócio

Antes da entrada de Vanni como sócio, Alexandre tocava sozinho o negócio. Ele era dono da Açaí Cambuí, em Jundiaí, loja aberta em 2012, com investimento de R$ 15 mil. Em 2014, ele mudou para um ponto maior.

"A empresa era lucrativa. Faturava R$ 500 mil ao ano, mas eu não tinha perspectivas de crescimento", afirma Alexandre.

Foi durante uma viagem em casais para o Rio, em 2015, que Alexandre e Vanni se conheceram melhor e conversaram mais a fundo sobre o negócio. Aline, 32, mulher de Alexandre, e Laís, 31, mulher de Vanni, são amigas de infância e hoje também são sócias na empresa.

Sempre quis ter um negócio, mas no momento certo. Quando analisei a loja do Bruno e a aceitação do produto, cheguei à conclusão de que era um bom negócio e que daria para expandir.
Lucas Vanni, sócio e diretor de expansão do Açaí da Cidade

Para entrar na sociedade, Vanni pediu R$ 50 mil emprestados para a sogra, Magda Faria. Os sócios formataram o negócio e mudaram o nome da empresa para Açaí da Cidade.

"Gelei na hora de falar com ela, mas era a única pessoa a quem eu poderia recorrer. Pensei assim: Se minha sogra emprestar, o negócio é para ser. Liguei, expliquei o projeto e, à tarde, o dinheiro estava na minha conta", diz Vanni. Depois, em 2018, ele pediu mais R$ 100 mil a Magda, para terminar a montagem da loja modelo da marca, em Jundiaí.

O Lucas Vanni entrou com uma visão visionária para inovar as lojas e impulsionar a expansão da marca.
Bruno Alexandre, sócio e diretor de operações do Açaí da Cidade
Inovações sustentáveis

Antes de ser sócio do Açaí da Cidade, Vanni trabalhava como consultor ambiental. Nos primeiros dois anos, trabalhou simultaneamente nas duas empresas.

E foi ele quem levou a ideia de implantar nas lojas da rede ações sustentáveis, como tigelas feitas de madeira de reflorestamento e coleta seletiva para resíduos recicláveis.

A rede do Açaí da Cidade tem hoje 22 unidades em operação, sendo 20 franquias. O investimento inicial para abrir uma franquia da marca é de R$ 200 mil.
Atenção à padronização das franquias, diz consultora

Os dois sócios vislumbraram uma oportunidade de negócio, ao investir no consumo de açaí, com larga aceitação no mercado. É o que diz Erika Miguel de Jesus, consultora de negócios do Sebrae-SP. "O açaí, um produto vindo do Norte do país, ganhou muita visibilidade, principalmente no Sudeste, e os dois souberam aproveitar isso", afirma.

A adequação das lojas com viés de sustentabilidade dá mais credibilidade à marca. "Ações sustentáveis trazem visibilidade ao negócio", declara.

Erika diz, no entanto, que, ao expandir para franquias, é preciso tomar cuidado na padronização dos processos. "São pré-requisitos para manter a qualidade dos produtos e dos serviços oferecidos aos clientes", afirma.

Fonte: Portal Grande Ponto

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