Presidente Dilma diz que vai cortar gastos

Apesar disso, petista não pretende nomear o novo ministro da Fazenda tão rápido.
FD/Política
A presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta quinta-feira (6) que vai ter que fazer o dever de casa: cortar despesas e controlar a inflação. Em entrevista a jornais impressos, a presidente reeleita quer uma redução gradativa dos gastos para não elevar impostos, nem prejudicar os programas sociais.

Depois de um afastamento no início da campanha eleitoral, Dilma se reaproximou do ex-presidente Lula, e os dois intensificaram as conversas para a formação do novo governo.

A presidente, no entanto, tem deixado claro que, apesar de ouvir a opinião do padrinho político, não abre mão de ter a palavra final ao montar a própria equipe. Lula, por outro lado, se comprometeu a acalmar os ânimos dentro do PT se o partido não conseguir o espaço que exige na Esplanada.

O assunto que ainda divide Dilma e o ex-presidente é a equipe econômica: Lula tem insistido no nome do ex-comandante do Banco Central, Henrique Meirelles, para a Fazenda, mas auxiliares de Dilma afirmam que ele seria "muito independente".

Meirelles, no entanto, poderia trazer ao governo algo que a presidente quer muito. Dilma foi aconselhada a elevar o superávit primário, a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida.

O objetivo é dar um sinal ao mercado de que o novo governo não vai gastar mais do que arrecada. A presidente, porém, gostaria que o aumento desse superávit fosse gradual, até 2017, para evitar o risco de recessão.

A avaliação no PT é de que Henrique Meirelles poderia ser o fiador dessa iniciativa, e ainda assim, agradar os investidores, que pedem ajuste mais radical. No Planalto o recado é claro: se o superávit for feito todo de uma vez haverá aumento de impostos e menos dinheiro para bandeiras sociais.

"O caminho é esse, é tirar dinheiro do Bolsa Família, da saúde, da educação. A gente praticou uma série de desonerações;. a gente vai ter que aumentar imposto”, diz o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante

Mercadante também descarta a possibilidade de a presidente Dilma nomear logo um ministro da Fazenda para acalmar o mercado. "O mercado já está se acalmando, não precisa disso, as coisas já estão entrando na normalidade."

Por via das dúvidas, o Planalto quer aprovar um projeto que flexibilize o ajuste fiscal, ou seja, que autorize o governo a fazer um aperto de cintos menor do que o fixado para o ano. A oposição é contra e setores da base também.
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