Governadora Fátima Bezerra caminha para a reeleição e disputa maior será para Senado, aposta cientista político


Em entrevista ao Programa Balbúrdia de terça-feira (30), o professor de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Daniel Menezes analisou os cenários políticos para as eleições de 2022 no Rio Grande do Norte. Segundo ele, a perspectiva é de reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT) e a disputa deve ser mais acirrada para a cadeira do Senado e composição da Câmara Federal e Assembleia Legislativa.

De acordo com o professor, a literatura especializada mostra que se o político/governo tem boa aprovação, cerca de 40% de ótimo e bom, as chances de ser reeleger são de 95%. É o caso de Fátima.

“Nesse momento, o que as pesquisas nos mostram é que temos um cenário distinto no Rio Grande do Norte. Viemos de três governos em que a perspectiva de reeleição não se objetivou na prática. E agora há esse cenário”, destacou, ao lembrar que Iberê (MDB) perdeu para Rosalba (DEM), que sequer disputou o pleito, deixando o cargo para Robinson (PSD), derrotado nas urnas em 2018.

A dica de Daniel Menezes é que o eleitor não se prenda a números específicos, mas fique atento às curvas de pesquisa. “No momento em que apenas um instituto destoa, é bastante provável que ele esteja errado”.

Ele também acredita que o custo eleitoral dos apoiadores do governo Bolsonaro será alto, como foi para os que apoiaram Michel Temer em 2018, já que o impeachment de 2016 era reprovado no Rio Grande do Norte. Ou seja, candidatos da base bolsonarista não são competitivos no estado para concorrer a uma única vaga de senador.

“Confesso que não consigo compreender o grau de especulação que circula em torno das candidaturas ao Senado, porque estamos falando de candidaturas que terão que sustentar durante a campanha a defesa de um governo que, conforme pesquisa recém-publicada, está extremamente reprovado. Não se justifica essa badalação toda em torno dessas candidaturas”, avaliou, completando que Garibaldi Filho (MDB) também não tem chances nesse momento.

No que diz respeito à Assembleia Legislativa, expõe que a CPI da Covid em nada contribui com aqueles que a apoiaram, evidenciando apenas o presidente Kelps Lima (Solidariedade) que faz uso eleitoral dela e ganha protagonismo na bolha bolsonarista. Também não deve causar danos à imagem da gestão Fátima, já que não tem encontrado irregularidades. E vai adiante ao questionar: “O que foi a Assembleia na pandemia?”.

“Criaram uma comissão de acompanhamento da pandemia, que serviu de palco ao negacionismo do Sinmed [Sindicato dos Médicos do RN]. O Sinmed usou o palco da comissão algumas vezes para dizer que a pandemia não era grave, que não era necessário abrir novos leitos e a posição do próprio Kelps sequer chegou a elaborar um relatório”, criticou, ao ressaltar que quando a pandemia repercutiu na ALRN foi com ivermectina, negação de vacina e até surto entre os servidores, sem que fosse fechada. “Se a Assembleia Legislativa do RN teve algum papel na pandemia, foi negativo”.

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