Embora iniciada há apenas dois dias, a greve na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) ganhou projeção na mídia nacional. A paralisação foi abordada no portal de notícias na internet Universo Online (Uol), ontem, em reportagem na editoria Educação. O material aborda o início do movimento seis meses após a greve de 2011, a maior da história do Rio Grande do Norte, com duração de 106 dias e que também foi noticiado no Uol.
Líder de acessos no Brasil, o portal frisa que aproximadamente 13 mil alunos estão sem aulas e o motivo da paralisação: não-cumprimento do acordo fechado com o governo em setembro de 2011, segundo os professores e técnicos-administrativos.
Assinada por Carlos Madeiros, do Uol em Maceió, a reportagem lembra que, após o movimento no ano passado, o Governo do Estado ofereceu reajuste de 27,7%, dividido em três anos. A primeira parcela do reajuste seria paga em abril, com aumento salarial de 10,65% - os demais reajustes seriam dados em 2013 e 2014.
"Mas a primeira parcela não foi paga, já que o Estado alegou estar no limite da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) para cumprir o acordado, e os professores decidiram retomar a paralisação", diz o texto, acrescentando que a informação de que não seriam contemplados em abril, como acordado, foi dada pela própria governadora Rosalba Ciarlini (DEM), em audiência com representantes dos professores na noite da última quarta-feira (2).
Em entrevista ao Uol, o presidente da Associação dos Docentes da Universidade (Uern), professor Flaubert Torquato, disse que "Estranhamente o governo rasgou o acordo. Estávamos tranquilos, mas quando olhamos os salários de abril, tivemos a surpresa. A categoria está se sentindo traída pelo governo e decidiu retomar a greve".
Ele afirmou que o percentual foi ofertado durante as negociações de 2011 e ficou abaixo do que era pedido. "O mais estranho é que esse percentual foi oferecido pelo próprio governo, que disse que fez todos os cálculos e que era possível. Ou seja, deu com uma mão e tirou com a outra", lamentou ao portal de notícia.
Segundo ele, a categoria está "indignada" e "revoltada" com a postura do governo. "Vamos agora exigir! Só voltamos com aquilo que o próprio governo prometeu. Vários pontos foram descumpridos do acordo, visto que a Universidade enfrenta uma nova crise, com contingenciamento de recursos. O governo tem virado as costas para a Universidade, e está passando por mais esse vexame", finalizou.
A reportagem traz também a versão do Governo do Estado, narrando que, em nota, a administração estadual afirmou que a governadora reconhece a legitimidade do acordo, mas alegou impedimento legal para aplicar o reajuste em abril, como prometido.
O governo disse ainda que os acordos firmados serão cumpridos, mas apenas quando forem feitos dentro da "legalidade e obedecendo à LRF." Segundo o Estado, a folha da Uern custa R$ 14,5 milhões ao mês, e um reajuste de 10% implicaria em ultrapassar o limite das despesas com percentual estabelecidas pela LRF - que é de 49% da receita corrente líquida. Segundo o governo, o Estado utiliza hoje 48,35% da receita para pagar servidores.
Por fim, o material do Uol traz a opinião do reitor da Universidade, Milton Marques, que classificou a greve como um "desgaste" para professores, funcionários e alunos: "É desagradabilíssimo. Já estamos iniciando um semestre com muito atraso, isso [a greve] representa uma perda para a instituição junto aos órgãos de fomento e convênios, sem falar nos atuais programas desenvolvidos pela Universidade que não podem simplesmente parar".
Grevistas decidem atividades da semana
O comando de greve da Uern decidiu programa de atividades durante a primeira semana de paralisação. Amanhã, servidores em greve participam da abertura do Festival de Teatro da Universidade (Festuern), às 19h, no Teatro Dix-huit Rosado.
Segunda-feira, visitarão as unidades acadêmicas, começando pelo Campus Central, às 7h, e aos Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado, às 14h, continuando com o programa de rádio da Aduern, na Rádio Universitária FM 103.3, às 17h.
Terça-feira, 8, a programação engloba assembleia geral extraordinária na sede da Aduern Mossoró, às 9h, para avaliar o movimento, e reunião do Comando de Greve, na sede da Aduern Mossoró, às 19h30, a fim de decidir estratégias.
Quarta-feira, às 9h, haverá reunião do Comando Unificado na sede da Aduern Mossoró e, às 15h30, caminhada com panfletagem, saindo do Hotel VillaOeste. Quinta-feira, reunião do Comando de Greve, na sede da Aduern Mossoró
Líder de acessos no Brasil, o portal frisa que aproximadamente 13 mil alunos estão sem aulas e o motivo da paralisação: não-cumprimento do acordo fechado com o governo em setembro de 2011, segundo os professores e técnicos-administrativos.
Assinada por Carlos Madeiros, do Uol em Maceió, a reportagem lembra que, após o movimento no ano passado, o Governo do Estado ofereceu reajuste de 27,7%, dividido em três anos. A primeira parcela do reajuste seria paga em abril, com aumento salarial de 10,65% - os demais reajustes seriam dados em 2013 e 2014.
"Mas a primeira parcela não foi paga, já que o Estado alegou estar no limite da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) para cumprir o acordado, e os professores decidiram retomar a paralisação", diz o texto, acrescentando que a informação de que não seriam contemplados em abril, como acordado, foi dada pela própria governadora Rosalba Ciarlini (DEM), em audiência com representantes dos professores na noite da última quarta-feira (2).
Em entrevista ao Uol, o presidente da Associação dos Docentes da Universidade (Uern), professor Flaubert Torquato, disse que "Estranhamente o governo rasgou o acordo. Estávamos tranquilos, mas quando olhamos os salários de abril, tivemos a surpresa. A categoria está se sentindo traída pelo governo e decidiu retomar a greve".
Ele afirmou que o percentual foi ofertado durante as negociações de 2011 e ficou abaixo do que era pedido. "O mais estranho é que esse percentual foi oferecido pelo próprio governo, que disse que fez todos os cálculos e que era possível. Ou seja, deu com uma mão e tirou com a outra", lamentou ao portal de notícia.
Segundo ele, a categoria está "indignada" e "revoltada" com a postura do governo. "Vamos agora exigir! Só voltamos com aquilo que o próprio governo prometeu. Vários pontos foram descumpridos do acordo, visto que a Universidade enfrenta uma nova crise, com contingenciamento de recursos. O governo tem virado as costas para a Universidade, e está passando por mais esse vexame", finalizou.
A reportagem traz também a versão do Governo do Estado, narrando que, em nota, a administração estadual afirmou que a governadora reconhece a legitimidade do acordo, mas alegou impedimento legal para aplicar o reajuste em abril, como prometido.
O governo disse ainda que os acordos firmados serão cumpridos, mas apenas quando forem feitos dentro da "legalidade e obedecendo à LRF." Segundo o Estado, a folha da Uern custa R$ 14,5 milhões ao mês, e um reajuste de 10% implicaria em ultrapassar o limite das despesas com percentual estabelecidas pela LRF - que é de 49% da receita corrente líquida. Segundo o governo, o Estado utiliza hoje 48,35% da receita para pagar servidores.
Por fim, o material do Uol traz a opinião do reitor da Universidade, Milton Marques, que classificou a greve como um "desgaste" para professores, funcionários e alunos: "É desagradabilíssimo. Já estamos iniciando um semestre com muito atraso, isso [a greve] representa uma perda para a instituição junto aos órgãos de fomento e convênios, sem falar nos atuais programas desenvolvidos pela Universidade que não podem simplesmente parar".
Grevistas decidem atividades da semana
O comando de greve da Uern decidiu programa de atividades durante a primeira semana de paralisação. Amanhã, servidores em greve participam da abertura do Festival de Teatro da Universidade (Festuern), às 19h, no Teatro Dix-huit Rosado.
Segunda-feira, visitarão as unidades acadêmicas, começando pelo Campus Central, às 7h, e aos Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado, às 14h, continuando com o programa de rádio da Aduern, na Rádio Universitária FM 103.3, às 17h.
Terça-feira, 8, a programação engloba assembleia geral extraordinária na sede da Aduern Mossoró, às 9h, para avaliar o movimento, e reunião do Comando de Greve, na sede da Aduern Mossoró, às 19h30, a fim de decidir estratégias.
Quarta-feira, às 9h, haverá reunião do Comando Unificado na sede da Aduern Mossoró e, às 15h30, caminhada com panfletagem, saindo do Hotel VillaOeste. Quinta-feira, reunião do Comando de Greve, na sede da Aduern Mossoró