A nota divulgada hoje pela Executiva Nacional
do PT foi uma vitória da tese do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e expõe a primeira fragilidade do projeto de reeleição da presidente
Dilma Rousseff: o reconhecimento público do partido de que haverá
segundo turno.
Até então, a estratégia do PT era tentar vencer a disputa no primeiro
turno. Por isso, a ordem era de tentar inviabilizar outras candidaturas
como a do governador Eduardo Campos, pelo PSB, e a da ex-senadora
Marina Silva, pela Rede.
Inicialmente, o PT e o PMDB tentaram aprovar uma matéria no Congresso
para limitar a criação de novos partidos, o que atingiria diretamente a
Rede. Não deu certo. Mas agora, Marina enfrenta outros problemas com a
Justiça Eleitoral para o reconhecimento das assinaturas necessárias para
a fundação da nova sigla.
Ao mesmo tempo, o PT trabalhou para sufocar Eduardo Campos dentro do
próprio PSB. O anúncio do PSB de entregar os cargos, na semana passada,
surpreendeu o Planalto e rachou o PT.
Por isso, houve uma mudança significativa no tom do PT na nota de
hoje. A percepção é de que a partir de agora, o mais importante é manter
Eduardo Campos na órbita governista. Para isso, a determinação de Lula é
de evitar gestos de hostilidade com os socialistas. O ex-presidente
tenta não inviabilizar uma eventual aliança no segundo turno.
P.S.: Dilma acha que foi mal orientada no episódio do PSB. No
Palácio do Planalto, a avaliação é que a relação foi envenenada. Os
defensores da tese do rompimento foram o presidente do PT, Rui Falcão, e
o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Mas uma coisa é fato: Dilma
ficou tiririca depois da publicação da foto do encontro entre Eduardo
Campos e o senador tucano Aécio Neves.
Fonte: G1/RN