É possível Dilma no palanque de Rosalba no Rio Grande do Norte

A presidenta Dilma Rousseff poderá estar no “palanque” da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) em 2014. Embora essa possibilidade pareça absurda e forçada, no mundo da política ela não é descartada. Isso porque, na atual conjuntura, a presidenta que vai para a reeleição pode ficar sem outra opção no Rio Grande do Norte nas eleições de outubro.
A questão é que, com o casamento, dado como certo, de Henrique Eduardo Alves (PMDB) – possível candidato da oposição - com a ex-governadora Wilma de Faria (PSB), não sobrará espaço para a presidenta em seu palanque. O acerto entre PMDB e PSB descarta o PT do projeto que tenta correr por fora de qualquer jeito. Assim, no lugar de Dilma, Henrique deve ter que receber em sua caminhada o ex-governador de Pernambuco, presidenciável Eduardo Campos (PSB).
A alternativa para Dilma seria a candidatura ao governo de Robinson Faria (PSD), que começou uma articulação com a deputada federal Fátima Bezerra (PT), que garantiria uma chapa para seu projeto pessoal de candidatura ao Senado. O problema é que a relação entre PSD e PT começou a rachar depois que o partido de Fátima desmarcou uma reunião agendada para Mossoró na semana passada e não deu qualquer perspectiva para Robinson.
O vice-governador achou a atitude petista tão indelicada que liberou sua assessoria para falar sobre o assunto com os jornais que o procuram. O clima é de tensão e desgosto. Robinson parece não acreditar mais que o PT – sempre com seu jogo duplo e atitude de alto-suficiência – aposte no projeto alternativo.
A assessoria de Robinson confidenciou, inclusive, que ele já foi sondado para voltar à Assembleia Legislativa, tendo a garantia de voltar para a presidência da casa. Proposta que parece ter lhe acendido os olhos, uma vez que ele aceitando teria a garantia da renovação do mandado do filho Fábio Faria (PSD) à Câmara Federal. Uma coisa está decidida na vida de Robinson: ele não será mais candidato a vice. A experiência com Rosalba lhe deixou sequelas graves.
Pelo que se pode entender dessa conversa, a proposta só pode ter partido do grupo de Henrique Alves. A assessoria do vice-governador nega, mas confirma que a relação entre eles “sempre foi muito boa e continua sendo”. Nesta questão, o PT fica novamente sem alternativa e o projeto pessoal de Fátima Bezerra de ir para o Senado fica mais difícil.
Na semana passada, blogs de Natal chegaram a dizer que o PT voltou a conversar com Wilma, mas aí é que a situação se complica. Caso a atual vice-prefeita de Natal aceite ser candidata ao governo, tendo Fátima para o Senado, a quem pertencerá o palanque nacional: Dilma ou Eduardo Campos?
 E Rosalba?
É diante deste quadro troncho e indeciso que a atual governadora surge como uma opção viável. Mas como se o DEM é partido non grato do PT? Aí é onde está a questão. Na atual conjuntura, para salvar o mandato do filho Felipe Maia (DEM), o senador José Agripino está se distanciando da Rosa e até chegando a negar legenda para ela tentar a reeleição. Como ela tem direito, pode seguir à revelia o seu projeto como fez a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, quando o PT lhe negou o palanque para a reeleição.
Assim, Dilma não estaria no palanque do DEM, mas no de Rosalba, que teria o projeto independente, apoiado por outras siglas e forças regionais e municipais. O interesse da governadora em partir para a reeleição foi explicitado em sua leitura anual, quando disse que tem muito a fazer. Com um turbilhão de obras de grande porte para inaugurar e meio bilhão de reais do empréstimo com o Banco Mundial para distribuir em obras pelo RN, dificilmente, ela não conquistará a simpatia e defesa dos prefeitos.
Como disse o deputado federal Betinho Rosado (PP) em entrevista a este jornal, quando a eleição começar, Rosalba estará na mídia na mesma proporção dos demais políticos. Hoje, proibida de fazer publicidade, a governadora não consegue divulgar o que tem feito, por isso tem andado muito mais para fazer a maior das publicidades: a face a face.
 Rosalba e Dilma
Outro ponto favorável a esta, até então improvável aliança, é o fato de haver uma boa relação entre a governadora e a presidenta, fortalecida pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, amiga pessoal de Rosalba. Além disso, é importante lembrar que o primeiro rompimento entre a Rosa e Agripino se deu quando ela se negou a ir para a televisão criticar a presidenta Dilma Rousseff, que ficou sabendo lá de Brasília.
Então, diante de todos os fatos, fica o questionamento nem não insensato como poderia ser dito: a possibilidade de Dilma Rousseff ter o apoio da única governadora do DEM no Brasil, como represália à oposição violenta de Agripino, seria descartada pela líder nacional?
 Rosalba mantém poder político e bases fortes
 É inegável o poder político de Rosalba em Mossoró e toda a região Oeste. A líder política considerada a melhor prefeita da história da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, cativa uma legião de seguidores que a tem feito vencedora nos pleitos em que entra desde a década de 1990. Ao contrário do que dizem seus adversários, a Rosa não está negativada nas bases, sobretudo na grande maioria, que não tem acesso a internet e redes sociais que – acreditem – é mesmo uma porção grande.
É com essa força que a governadora Rosalba Ciarlini deve se apoiar para garantir a sua reeleição, assim como fez com sua candidatura ao Senado. Entre Fernando Bezerra, hoje pré-candidato ao governo pelo PMDB, e então favorito para o Senado, e o ex-governador Geraldo Melo, Rosalba surpreendeu a aparecer pequena e lenta nas pesquisas. No final do pleito, ela estava eleita para o Senado.
Agora, mesmo diante de tanto bombardeio, Rosalba se mantém viva. Se José Agripino corre do compromisso com seu próprio partido, ela mantém nomes fortes do seu lado, como deputado federal Betinho Rosado (PP) e o deputado Getúlio Rego (DEM) – líder inconteste no Oeste – e arregimenta nomes novos com grande futuro na política estadual, é o caso do ex-prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Rego (DEM).
Em Mossoró, Rosalba conta com toda a simpatia da prefeita Cláudia Regina (DEM), que embora afastada do cargo, mantém a mesma liderança que lhe deu a vitória em 2012, assim como a força principal do partido. Em Natal, não é diferente, a Rosa tem sua ala e sua força particular.
 Em propaganda eleitoral, PMDB vai criticar Dilma
 Previsto para ir ao ar em cadeia nacional de rádio e TV na próxima quinta-feira, 27, o programa partidário do PMDB terá como principal mote a defesa de uma maior eficiência dos serviços públicos como Saúde, Segurança, Educação e mobilidade urbana.
Esses setores são exatamente aqueles que foram alvo de protestos realizados em junho do ano passado, período marcado pela queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff. Um dos conceitos que deverá ser explorado pelos integrantes da cúpula do PMDB no programa é o da "democracia eficiente". "Nós vivemos um momento muito importante de clamor social e está faltando eficiência em muitas áreas do governo", afirmou o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).
Questionado se o conteúdo dos discursos seria uma crítica à atuação do governo federal em áreas essenciais à população, o senador respondeu: "Não é. Isso é o que a população está clamando. Não adianta ter democracia se não tiver eficiência". No roteiro está prevista a aparição do vice-presidente da República, Michel Temer, do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), do líder do Senado, Eunício Oliveira (CE), e o da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
Fonte: Jornal de Fato


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