Pelo andar da carruagem a presidenta estadual do PSB e vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, deve usar a candidatura do presidente da Câmara e estadual do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves, no seu projeto de chegar ao Senado como muleta, e da mesma forma a deputada federal, Fátima Bezerra (PT), também candidata ao Senado, deve usar o vice-governador Robinson Faria (PSD), como amparo. Ou seja: sendo Henrique Alves candidato ao governo, como cogitado, e Robinson Faria idem.
Se Henrique viabilizar-se como candidato promovendo um guarda-chuva de legendas, ou melhor, um verdadeiro sombreiro de praia, como propõe, condição sine quanon para sair candidato a governador, Wilma pode levar uma certa vantagem sobre Fátima. Digo certa vantagem porque nem sempre uma aliança com muitos partidos significa necessariamente uma vitória nas urnas. Não custa lembrar que Fátima Bezerra é uma forte candidata ao Senado independente da sua muleta, no caso Robinson Faria.
Contudo, se a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) sair candidata a reeleição na condição do presidente nacional do seu partido, senador José Agripino Maia, não lhe negar a legenda, é possível que haja segundo turno independente de Henrique ser candidato ou não ao governo. Qualquer governador disputando a reeleição tem a caneta na mão e por mais que ele ou ela esteja rejeitado junto ao eleitor, lembro que os prefeitos não costumam levar isso em conta. O que será levado em conta aí são as obras que no caso o governo tem para o município deles. E, claro, dim dim para “gastar” na campanha.
Aí é que vem a pergunta: neste caso havendo segundo turno na eleição para governador do Rio Grande do Norte, uma das duas – Wilma ou Fátima – já estará eleita senadora, já que só tem uma vaga nesta eleição para o Senado. Se Wilma for a eleita e Henrique for o candidato ao governo, será que ela vai trabalhar com intensidade para ele se eleger governador? Da mesma forma Fátima. Em se elegendo senadora será que os petistas vão atuar feito “formiguinhas” para eleger Robinson governador? Tenho cá minhas dúvidas se as duas muletas ainda servirão neste caso.
Só pra refrescar a memória mais uma vez do leitor, recordo que na eleição da atual governadora Rosalba Ciarlini ao Senado, quando tinha como companheiro de chapa o hoje ministro Garibaldi Alves, candidato a governador, a eleição foi a segundo turno quando Wilma de Faria acabou ganhando para Gari. Naquela eleição, Garibaldi tinha ganho pra Wilma no primeiro turno na cidade de Mossoró, terra natal de Rosalba, No segundo turno Wilma inverteu a situação.
Moral da história: o efeito Orlof pode se repetir novamente nas eleições deste ano no Rio Grande do Norte. Ou seja, Wilma ou Fátima podem ser Rosalba amanhã.
A conferir!
Fonte: Nominuto