Conheça a vida dura da avó da primeira-dama Michelle Bolsonaro numa favela a 40 quilômetros do Palácio da Alvorada




Reportagem da revista Veja desnuda a vida de Maria Aparecida Firmo Ferreira, 79.

Ela é avó de Michelle Bolsonaro, a primeira-dama do Brasil, e vive na favela do Sol Nascente, no entorno de Brasília.

Ela sofre de problemas cardíacos, sofre de Parkinson, locomove-se com dificuldade e mora num casebre que fica na parte mais miserável de Brasília.

Quando um dos filhos não pode levá-­la às consultas médicas, ela própria caminha até o ponto de ônibus mais próximo, a cerca de 1 quilômetro.

Os remédios são da farmácia popular. E a alimentação é incrementada por uma cesta básica fornecida pelo governo do Distrito Federal.

Na região, ninguém sabe do parentesco, agora exposto publicamente.

Veja conta que um líder evangélico local tentou intermediar um encontro, mas dona Aparecida negou.

Abro aspas.

“Aprendi que só vamos a pessoas importantes quando somos convidados. É minha neta, cresceu lá em casa, mas agora ela é a primeira-dama. Além disso, se eu chegar assim (diz apontando para as próprias roupas), posso ser destratada, e isso vai me magoar. Eu não tenho roupa, sapato, nada disso, para frequentar esses lugares”.

Faz mais de seis anos que ela não vê a neta que ajudou a criar. A avó não foi convidada para a posse, nem ela nem sua filha, mãe de Michelle, Maria das Graças.

A avó acompanha, com a ajuda do filho, o crescimento das meninas pelo grupo de WhatsApp da família, no qual ela mesma não está incluída porque não sabe ler.

Sobre o presidente Bolsonaro, ela anseia esperanças.

“Eu gosto muito do Jair. Gostei desde a primeira vez. Ele sempre me abraçava, me beijava, me chamava de vó. Vou abraçar e beijar o meu presidente, agora. Ele é uma pessoa muito humilde. Tenho certeza de que, se eu chegar lá, ele vai me receber com muito carinho. Eu ainda quero vê-lo. Quando Jair sofreu o atentado, fiquei muito emocionada e passei a jejuar para que ele melhorasse”.

Dona Aparecida disse que não quer dar entrevista. Ou melhor: “Lá em cima eles não querem que eu fale”. Perguntada a quem se referia, respondeu: “Michelle”

Diz que só abriria uma exceção ao apresentador Ratinho. “Se eu falar com o Ratinho, ele vai me levar lá no Planalto… Porque, se você me levar lá, eles vão botar a gente para correr. Mas o Ratinho, não. Eu vi na TV que ele é amigo do Jair. E um dia eu quero ir lá.”
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