Nos últimos dias, o Brasil olavista se insurgiu contra uma das personalidades mais incontestavelmente influentes do pensamento recente.
Com contribuições comprovadas, aliás.
Eduardo e Carlos Bolsonaro usaram suas redes sociais para questionar o que fez pelo Brasil Paulo Freire.
A pergunta deles está para a história como a ‘terra é plana’ está para a geografia.
Cinco décadas atrás, Freire foi preso e exilado pelos militares após o golpe de 1964.
Ele desenvolvia na época um programa nacional de alfabetização que seria implantado por João Goulart, inspirado em projeto que desenvolveu no Rio Grande do Norte com cerca de 400 jovens e adultos.
A experiência na cidade de Angicos ganhou notoriedade internacional por se propor a concluir em 40 horas o processo de alfabetização e a formar cidadãos mais conscientes de seus direitos e dispostos a defendê-los de maneira democrática.
A ‘Pedagogia do Oprimido’, obra de Freire, é a terceira mais citada no mundo nas Ciências Humanas.
Prova de sua relevância é que as 20 melhores universidades do planeta estudam Paulo Freire.
Em 1994, em entrevista à Folha, ele respondeu a pergunta que intitula este post:
Em tese, o analfabetismo poderia ter sido erradicado com ou sem Paulo Freire. O que faltou foi decisão política.
A sociedade brasileira é profundamente autoritária e elitista. Nos anos 60 fui considerado um inimigo de Deus e da pátria, um bandido terrível.
Pois bem, hoje eu já não seria mais considerado inimigo de Deus. Você veja o que é a história.
Hoje diriam apenas que sou um saudosista das esquerdas. O discurso da classe dominante mudou, mas ela continua não concordando, de jeito nenhum, que as massas populares se tornem lúcidas.
Fonte: Blog do Dina
DESTE BLOG: O saudoso professor Paulo Freire ministrava aulas visando formar cidadãos ativos, críticos e participativos.
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