CESSÃO ONEROSA
Os recursos do pré-sal que podem ser distribuídos aos estados e municípios através da chamada cessão onerosa
não poderão ser utilizados em gastos de pessoal ou custeio. Segundo
reportagem do site Congresso em Foco, a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado alterou o texto que vai a plenário ainda nesta
quarta-feira (28). Esse era um dos alentos, por exemplo, para a gestão
Fátima Bezerra (PT).
Trata-se de um recurso extraordinário muito bem-vindo a estados e municípios.
Propõe que os R$ 21 bilhões que devem ser repassados aos entes
federativos garantam a realização de novos investimentos e amenizem os
rombos previdenciários dos estados e municípios, contribuindo, assim,
com a recuperação econômica do país.
“Ficou definido que os recursos terão aplicação exclusiva em
investimentos e aportes a fundos previdenciários”, contou o relator
Tasso Jereissati (PSDB-CE), que mudou o seu parecer para acatar essa
sugestão, que partiu tanto da base governista quanto de senadores
independentes. “Para ficar bem clato, o parágrafo primeiro diz que esse
recurso é vedado para o pagamento de pessoal ativo, pessoal inativo ou
custeio, que são recursos do cotidiano que não têm impacto para o
crescimento do país”, explicou o senador.
Leilão em novembro
O parecer apresentado por Cid Gomes (PDT-CE) na CCJ nesta
quarta-feira confirma que os estados terão direito a 15% e os municípios
a outros 15% dos recursos que serão arrecadados pela União no leilão do
pré-sal que está marcado para novembro. Esse percentual, porém, será
calculado depois que as dívidas que a União têm com a Petrobras forem
descontadas do valor arrecadado.
Como a previsão é que o leilão atraia R$ 106 bilhões e R$ 30 bilhões disso sejam empregados no pagamento desse débito, devem ser distribuídos R$ 10,5 bilhões para os estados e mais R$ 10,5 bilhões para os municípios.
Essa verba será distribuída através dos critérios do Fundo de
Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM) de uma única vez. Por isso, ficarão fora do teto de gastos dos
municípios.
Na Câmara, contudo, podem haver novas modificações. É que há um
movimento para que os estados e os municípios recebam uma fatia maior
dos recursos do pré-sal.
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