“Exigimos providências para resguardar o Estado de Direito! Ditadura nunca mais!
Na
noite desta terça-feira de Carnaval, 25 de fevereiro, a sociedade
brasileira recebeu com espanto a notícia de que o presidente da
República, eleito democraticamente pelo voto em outubro de 2018, assim
como governadores, deputados e senadores, disparou por meio do seu
Whatsapp convocatória para uma manifestação contra o Congresso Nacional e
o Supremo Tribunal Federal, a ser realizada em todo país em 15 de março
próximo.
Com
esse ato, mais uma vez, o presidente ignora a responsabilidade do cargo
que ocupa pelo voto e age, deliberadamente, de má-fé, apostando em um
golpe contra a democracia, a liberdade, a Constituição, a Nação e as
instituições.
Não há
atitude banal, descuidada e de “cunho pessoal” de um presidente da
República. Seus atos devem sempre representar a Nação e, se assim não o
fazem, comete crime de responsabilidade com suas consequências.
Ressaltamos que, segundo o Art. 85 da Constituição Federal:
“São
crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que
atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: II – o
livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação”.
A
Nação brasileira deve repudiar a enorme insegurança política que fere a
liberdade, os direitos dos cidadãos, que trava a retomada do crescimento
e, por consequência, alimenta o desemprego e a pobreza.
Precisamos
ultrapassar essa fase de bate-bocas nas redes sociais e de
manifestações oficiais de repúdio aos descalabros do presidente da
República.
Não
podemos deixar que os recorrentes ataques à nossa democracia e à
estabilidade social conquistadas após o fim da ditadura militar e,
sobretudo, desde a Constituição Cidadã de 1988, tornem-se a nova
normalidade.
Diante
desse escandaloso fato, as Centrais Sindicais consideram urgente que o
Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional se posicionem e
encaminhem as providências legais e necessárias, antes que seja tarde
demais.
Do
mesmo modo, conclamamos a máxima unidade de todas as forças sociais na
defesa intransigente da liberdade, das instituições e do Estado
Democrático de Direito.
São Paulo, 26 de fevereiro de 2020.
Sergio Nobre, presidente da CUT (Central única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores )
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
José Calixto Ramos, presidente da NCST (Nova Central de Sindical de Trabalhadores)
Antonio Neto, presidente da CSB (Central de Sindicatos do Brasil)
Atnagoras Lopes, secretário nacional da CSP-Conlutas
Edson Carneiro Índio, secretário geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
Ubirací Dantas de Oliveira, presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil)”
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