"Precisamos do respaldo popular para meter a mão no vespeiro", diz senador Paulo Davim. Os vereadores oposicionistas de Olho D'água do Borges também precisam desse apoio

Paulo Davim (PV) não poupa nem os suplentes de senador


“A consulta popular é o respaldo que precisamos para por a mão no vespeiro, para mexer com pessoas que estão há muito tempo com a boca torta por conta do uso do cachimbo”. A declaração é do médico Paulo Davim (PV), suplente do senador Garibaldi Filho (PMDB) e que está no exercício do mandato por conta da nomeação do titular para o Ministério da Previdência.
Em entrevista ao Portal Defato.com, Davim fala sobre a necessidade de uma reforma política profunda e não poupa nem a figura de suplente de senador. Ele defende a realização de uma urgente consulta popular e também a realização de eleições gerais.
Veja as principais declarações do senador suplente sobre a reforma política e a necessidade de uma consulta à população:
 
SISTEMA POLÍTICO ATRASADO
“O Brasil precisa de uma reforma política profunda.  O nosso sistema político-eleitoral remonta ao século 18. É um sistema que fortalece as oligarquias e o poder econômico. Não podemos continuar a reboque da força do capital”
SEM ACESSO AO PARLAMENTO
“A remontagem do sistema de representatividade passa pelo acesso ao Parlamento. Trabalhadores comuns, operários, gente sem o apoio de um grande grupo econômico, não conseguem chegar ao Parlamento. O caso de Amanda Gurgel  (professora filiada ao PSTU que conquistou 32 mil votos na disputa por uma cadeira na Câmara Municipal de Natal em 2012) é um caso esporádico, um fenômeno e uma democracia representativa não pode viver de casos esporádicos, de fenômenos. Precisamos de uma Democracia perene, em que um cidadão possa chegar ao Parlamento por suas ideias e não pelo poder econômico”.
REPRESENTATIVIDADE
“É preciso promover a reestruturação do sistema de representatividade. Precisamos discutir como será. Um exemplo disso é a implantação do voto distrital ou distrital misto. O distrital permite que um cidadão com atuação na região metropolitana, identificado com os problemas da região possa disputar o voto dos eleitores somente nessa região e não ser obrigado a procurar votos em regiões distantes como o Alto Oeste com  a qual não tem vínculo ou identificação. O voto distrital misto permite que alguém que defende bandeiras como a da Saúde ou da Educação concorra pelos dois sistemas, mas um quociente eleitoral menor”.
COLIGAÇÕES PROPORCIONAIS
“A discussão sobre as coligações proporcionais é extremamente necessária. O povo já não se sente representado no sistema atual em que alguém chega ao Parlamento por causa do fenômeno eleitoral de outros como é o caso de Tiririca”.
SUPLENTES DE SENADOR
“A suplência de senador precisa ser igualmente discutida. As pessoas não se sentem representadas por quem não foi eleito diretamente. Por mais que um suplente seja responsável, esteja empenhado e sintonizado com os interesses da população, ele não é visto como alguém que foi eleito. Precisamos discutir uma forma de dar legitimidade ao suplente de senador, caso se chegue à conclusão de que ele é necessário. Eu defendo, por exemplo, que um partido ou coligação apresente três candidatos a uma mesma vaga no Senado. O mais votado é eleito senador e os demais, por ordem de votação, viram os suplentes. Isso faria com que todos fossem votados”.
ELEIÇÕES GERAIS
“O PV defende e eu também defendo a realização de eleições gerais. É mais barato e mais prático. O Brasil não aguenta mais ter eleição a cada dois anos. Precisamos acabar com essa cultura do voto, que termina por contaminar a administração pública”.
CONSULTA POPULAR
“Nenhum democrata se nega a uma consulta popular. Toda consulta ao povo é bem-vinda. Precisamos fazer ajustes, amputações, cirurgias, acabar com os maus hábitos. Precisamos da consulta popular para escancarar o Parlamento, para meter a mão no vespeiro e mexer com pessoas que estão há muito tempo com a boca torta por conta do uso do cachimbo. Precisamos ter o respaldo do povo. O plebiscito é a chancela popular de que precisamos para fazer a reforma política profunda que o povo quer e exige”.
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