Podem acusar Renan de tudo, menos de não ter sido generoso com a
família da mãe de seu neto. Em fevereiro de 2011, menos de cinco anos
depois de garantir emprego no Senado à sua nora, Renan nomeou a mãe
dela, a bela Mônica Meschesi, para dar expediente em seu gabinete. Na
ocasião, Renan não era mais presidente do Senado, e sim líder do PMDB na
Casa. No ano passado, de volta ao comando do Congresso, Renan fez mais.
Articulou um emprego para a tia do seu neto Renzo. Irmã de Paula,
Eduarda Meschesi entrou para o Senado pela porta da terceira-secretaria
da Casa. Em fevereiro desse ano, foi transferida para a
quarta-secretaria. A jovem funcionária tem regime especial de frequência
e não é obrigada a registrar presença nos pontos digitais espalhados
pelas dependências do Senado.
Atualmente, a mãe do neto de Renan encontra-se rompida com o filho
do presidente do Senado, mas engana-se quem pensa que a família Meschesi
esteja desamparada. Pelo contrário. Tanto a nora de Renan quanto sua
mãe e irmã permanecem nos respectivos cargos. O salário de Mônica no mês
passado foi de R$ 2 mil. Já o salário de Eduarda foi de R$ 1,6 mil e
mais R$ 700 em auxílios. Em junho, os rendimentos das três integrantes
da família Meschesi, somados, ultrapassaram a casa dos R$ 30 mil.
Procurado pela ISTOÉ, Renan, por meio de sua assessoria, se
responsabilizou apenas pela nomeação da avó de seu neto. Já Paula
Meschesi, alegou Renan, não foi nomeada por ele, mas pelo ex-senador
Adelmir Santana. Ou seja, no mínimo, essa situação se enquadraria num
caso clássico de nepotismo cruzado.