'Batman' tira máscara e mostra e documento a policial (Foto: Bruno Poppe / Estadão Conteúdo)
Quatro pessoas foram detidas no ato batizado de “Baile de máscaras”,
realizado na noite desta terça-feira (3) na Cinelândia, no Centro do
Rio. Durante o protesto, os agentes abordaram as pessoas que tinham o
rosto coberto para que retirassem a máscara e apresentassem
identificação. Quem não se identificou, foi detido, levado para a 17ª DP
(São Cristóvão), e liberados após serem ouvidos. Pela manhã, a Justiça havia autorizado identificação de mascarados em protestos.
Após a detenção, o grupo que estava no "baile" subiu as escadas do
Theatro Municipal, tentando invadir o local. A polícia fez um cordão de
isolamento e impediu a entrada. Não houve registro de confronto entre
manifestantes e policiais até as 23h, quando acabou o ato. Os detidos
foram encaminhados para 5ª DP (Mém de Sá).
De acordo com no Ministério Público do Rio de Janeiro, a medida
judicial vale para todas as manifestações, atinge menores e maiores de
idade, e tem por objetivo facilitar a identificação de baderneiros e
vândalos.
Segundo o promotor Décio Gomes, uma preocupação do judiciário é
garantir o direito de as pessoas se reunirem e se manifestarem de forma
pacífica e ordeira e, assim, separar os manifestantes dos vândalos.
Alerj adia votação
À tarde, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a votação do projeto
de lei que proíbe o o uso de máscaras em manifestações foi adiada.
Apresentado na quinta-feira (29) pelos deputados Domingos Brazão e Paulo
Melo (PMDB), o projeto recebeu emendas e terá de ser votado em uma nova
data, ainda não divulgada. Com as 13 emendas ao projeto, o projeto
volta à Comissão de Constituição de Justiça para avaliação, e deve ser
votado no dia 10.
Os remendos foram propostos por sete deputados diferentes: 3 do
Gilberto Palmares (PT) e uma do deputado Bruno Correa (PDT); 8 de
coautoria de Clarissa Garotinho (PR) Luiz Paulo (PSDB), Comte
Bittencourt (PPS) e Geraldo Pudim (PR) ; e uma do deputado Jânio Mendes
(PDT).
O deputado Marcelo Freixo (PSOL) disse que não apresentou emendas
porque não é um projeto que ele considere que possa ser melhorado. "Esse
projeto é um erro de natureza. Não há possibilidade de melhoras", disse
ele. Segundo o deputado, a aprovação do projeto pode acirrar os ânimos
nas ruas. "A situação vai piorar entre a polícia e manifestantes",
alertou.
'Black Bloc'
No dia 25 de agosto, o movimento Black Bloc RJ publicou um texto no
perfil do Facebook onde eles dizem que a prática do grupo tem que ser
revista com urgência já que notaram um aumento na rejeição por parte da
população. Eles também alegam que muitas pessoas usam o nome do grupo
para depredar a cidade.
“A destruição do patrimônio público e privado 'à la Bangu', tem sido
frequente e muitas vezes de forma injustificável! Banca de jornal
atacada? Por quê? Pra quê? É compreensível quando arrancamos placas de
trânsito e queimamos lixeiras para fazer barricadas contra o avanço da
polícia porque nós sabemos o que eles fazem, mas o que temos visto é um
descontrole, um corre-corre, perdoem-nos o termo, imbecil, que só faz
dispersar o grupo tornando a palavra BLOCO, uma piada!”, afirma parte do
texto publicado.
Fonte: Globo.com