Robinson: “Mossoró gritou por mudança. Nossa aliança venceu o primeiro teste”
O presidente do PSD no Rio Grande do Norte, vice-governador Robinson Faria, avalia que a vitória do seu partido, em Mossoró, através da eleição de Francisco José Júnior (PSD) na eleição suplementar deste domingo, significou “o grito do povo mossoroense por mudança” na política. “Nossa aliança venceu o primeiro teste”, afirmou, se referindo à aliança entre PSD e PT, que tem como representantes estaduais o próprio Robinson enquanto candidato ao governo e a deputada federal Fátima Bezerra (PT), pleiteante ao Senado em 2014.
“Mossoró quebrou o paradigma, elegendo um nome novo. A população mostrou, através do voto, um sentimento muito forte de mudança”, afirmou Robinson na manhã desta segunda-feira, um dia após a eleição. Na sua avaliação, Francisco José Júnior é um nome novo, fora dos nomes tradicionais da política, que vinham dominando a política mossoroense há mais de 40 anos. “Ele, na hora que teve a oportunidade de ser candidato, com uma proposta nova, sem radicalismo, com discurso de modernidade, e sendo gestor de pouco tempo que mostrou talento como executivo, tudo isso resultou nessa maioria surpreendente”.
Sobre o impacto desta vitória nas urnas de outubro, Robinson diz que tem enorme importância: “Fortalece porque a aliança estadual está colocada. Foi vitoriosa no primeiro teste em Mossoró contra a outra aliança, que também está formada e que apoiou a candidata do PSB, através do PMDB e do PR, justamente a outra chapa. O primeiro teste foi favorável a nossa parceria”.
O vice opina que uma vitória em Mossoró, pela relevância e importância política da cidade, tem repercussão em todo o Estado. “Lógico que uma vitória em Mossoró tem repercussão em todo Estado. E é o candidato do PSD, do pré-candidato a governador, do mesmo partido. Que é o nosso. Isso tem um simbolismo muito forte. Porque foi uma vitória incontestável, uma vitória soberana, uma margem muito grande de votos, talvez nunca vista, onde o nosso candidato venceu em todas as urnas. Vitoria sem contestação”, analisou.
Instado a avaliar se a derrota de Larissa significa a derrota do pré-candidato do PMDB a governador, Henrique Alves, e da pré-candidata a senadora, Wilma de Faria, Robinson afirmou que “não existem derrotas individuais”, mas uma mensagem à classe política. “Houve uma resposta. Um recado da população, muito mais que uma derrota. De que o povo quer mudar. Quer renovação da política. Acho que é um discurso muito forte da população contra os grupos dominantes. Se quiser, que pensem diferente, mas o recado é esse”.
Henrique Alves: “Estadualizar eleição de Mossoró é factóide”
Não foi nada fácil entender o mini discurso feito pelo presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, do PMDB, por meio do Twitter, poucas horas após o resultado final do pleito suplementar mossoroense. Sobretudo, porque o pré-candidato ao Governo do Estado apontou uma série de situações que ele mesmo não tem compactuado.
“Processo absolutamente judicializado encerra, afinal, eleição suplementar de Mossoró”, escreveu Henrique, abrindo o seu mini discurso e já caindo na falha pela contextualização. Afinal, na reta final do pleito, a coligação de Larissa Rosado, do PSB, ou seja, a coligação que ele apoiou, foi responsável por algumas das várias representações feitas contra o candidato Francisco José Júnior. Portanto, criticar a judicialização sendo responsável por ela, parece não casar com a realidade.
Mas o discurso seguiu. “Sua própria configuração político partidária, com partidos se dividindo em apoios, também divididos aos candidatos, revela o caráter único e pontualíssimo desse pleito. Querer enxergar além disso, projetando estadualização da disputa (é) factóide que não resiste a um simples exemplo”, afirmou Henrique.
Antes de citar o exemplo dado por ele, é importante lembrar que a divisão, agora uma aparente justificativa para a derrota, foi justamente o que o PMDB tentou esconder durante o pleito. Em discursos durante a rápida campanha mossoroense, tanto ele, quanto o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, fizeram questão de ressaltar que o PMDB estava “90% com Larissa Rosado”, simplesmente, negando a existência da ex-prefeita Fafá Rosado no apoio a candidatura de Francisco José Júnior, e de Wellington Filho (ex-vice-prefeito) a Cláudia Regina, do DEM.
“Partidos que no palanque mossoroense vencedor de hoje já definiram seu palanque oposto para outubro. PV, PSDB, PDT, PSC e até dissidentes”, exemplificou Henrique Alves, como forma de dizer que Fafá Rosado e os demais apoiadores de Francisco José estarão ao lado dele, Henrique, no pleito de outubro. Ou seja: quem garantiu a vitória foram esses aí, não Robinson Faria (PSD) e Fátima Bezerra (PT), que encabeçaram a campanha de “Silveirinha”.
“E Mossoró respeitando a todos, vencedores e vencidos, possa se refazer; desemprego, insegurança, serviços públicos sem qualidade. Mudança é o rumo. O RN espera também!”, finalizou Henrique, esquecendo que a necessidade de se “refazer” surgiu após um ano de administração de Cláudia Regina, apoiada por ele em 2012. Naquela época, PMDB e DEM eram aliados políticos no Go verno do Estado.
o Jornal de Hoje
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