Senador Romário é cauteloso ao falar de impeachment e reafirma críticas a cartolas

O senador Romário é cauteloso ao analisar o acolhimento do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas é direto ao reafirmar as críticas contra os cartolas do futebol. 

Em Natal, onde participou do Futebol Solidário em prol da Associação Amigos dos Coração das Crianças (Amico), o senador disse que aguarda o final das investigações do Ministério Público da Suíça para provar que não tem conta no exterior.

O senador Romário participou, em Natal, do Futebol Solidário em prol da Amico

O senador observou que o impeachment é um instrumento democrático, mas precisa ser avaliado em toda sua dimensão. “O impeachment é um instrumento democrático, está na Constituição, tem que ser avaliadas as acusações, a defesa da nossa presidente”, comentou. Questionado se o processo é bom para o país, o senador disse que ainda não sabe responder. “Não sei responder essa pergunta exatamente. O que posso dizer é que, no que depender do meu voto, ele será avaliado com bastante tranquilidade, muita calma, para que eu possa dar o voto para ser importante e o nosso país continuar funcionando”, analisou.

O senador Romário disse que é o momento de aguardar as acusações que virão, a defesa da presidente e a partir daí adotar uma conclusão. “O que afirmo antecipadamente é que meu voto será, como sempre foi, a favor da democracia e a favor do nosso povo. É o que espero que aconteça nesse processo até o final”.

Ao comentar os desdobramentos das investigações dos gestores da Federação Internacional de Futebol, o senador Romário lembrou que desde 2011 faz acusações e demonstra, através de documentos, que o futebol está em “péssimas mãos”. “De lá para cá saiu o presidente primeiro que era Ricardo Teixeira, o segundo foi preso, o terceiro acabou de sair. Isso é uma prova de que a mentalidade está mudando, ninguém aguenta mais, principalmente no futebol que é a paixão nacional”, observou.

Romário disse aguardar que os próximos dirigentes, que entrarão após a saída dos atuais, entendam que “o futebol é para o povo, não é para enriquecimento ilícito e nem fazer o que estão fazendo para gente passar vergonha”. 

Durante a entrevista que concedeu, minutos antes de começar o Jogo Solidário, Romário também foi questionado sobre as denúncias de que, supostamente, teria contas na Suíça: “o que tenho aprendido nos últimos anos é que quando a gente começa a incomodar um pouco, as acusações e ilações ocorrem. Já tive possibilidade de provar uma vez sobre esse assunto e eu mesmo provoquei o Ministério Público para pedir documentos sobre tudo isso que vem ocorrendo em relação a mim na Suíça”, disse.

Em tom de desabafo, Romário disse que “não finge ser uma pessoa descente”. “Eu não finjo ser uma pessoa descente, eu não finjo ser uma pessoa séria, eu sou. Tenho meus princípios, minha índole. Tenho consciência que quando assumi a política, quem sabe com relação ao Executivo, essas coisas poderiam ocorrer. Estou tranquilo, como sempre estive”, completou. Ele foi mais além: “nada do que colocaram sobre essa contas é verdade”.

O senador Romário admitiu que poderá disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro no pleito de 2016.

Jogo solidário

O senador Romário elogiou a iniciativa do deputado federal Fábio Faria de promover o Futebol Solidário. “Fico feliz de poder estar aqui. As pessoas de Natal sempre tiveram muito respeito e carinho por mim e uma das formas de poder retribuir direta ou indiretamente é participar de eventos como esse”, comentou.

Anna Ruth DantasAlém de Romário, Ricardo Chaves e Durval Lelys também participaram do Futebol Solidário

O Futebol Soldiário foi promovido com o time dos deputados federais contra os estaduais. Entre os participantes da bancada da Assembleia os deputados Carlos Augusto Maia, Dison Lisboa, George Soares e Jacó Jácome. 

Entre os federais estavam Felipe Burnier, segundo secretário da Câmara, o paraibano Wilson Filho, e os potiguares Rafael Motta e Fábio Faria e ainda os cantores Ricardo Chaves e Durval Lelys.

Anna Ruth Dantas

Repórter