EFEITOS DA PEC DA MALDADE: Ministra Rosa Weber determina que Governo suspenda pagamentos do 'orçamento secreto'

Em decisão, ministra do STF afirma que pedirá ao presidente do Supremo que paute assunto no plenário virtual da Corte

Legenda: Ministra é a relatora de ações de partidos de oposição que pediram que o pagamento dos recursos fosse interrompido
Foto: Carlos Moura/SCO/STF

 

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (5) que o Governo deverá suspender imediatamente o pagamento das emendas de relator ao Orçamento da União, o chamado "orçamento secreto".

Esse "orçamento secreto" diz respeito às emendas parlamentares pagas na modalidade "emendas de relator". 

Ao contrário das emendas individuais, que seguem critérios específicos e são divididas de forma equilibrada entre os parlamentares, as emendas de relator não seguem critérios usuais e beneficiam somente alguns parlamentares.

As emendas de relator-geral têm sido criticadas devido à falta de transparência. O mecanismo permite que o governo distribua dinheiro público a seus aliados, da forma que quiser. Assim, o Planalto fica livre para utilizar tais emendas em negociações, visando a tramitação de propostas de seu interesse no Legislativo.

O esquema de pagamentos feitos pelo Governo Jair Bolsonaro, por meio do orçamento secreto, foi revelado pelo Estadão, em maio.

Levantamento feito pela ONG Contas Abertas, por exemplo, aponta que o Governo Federal empenhou R$ 909 milhões em emendas do tipo. Isso ocorreu no momento em que o Governo negociava com a Câmara dos Deputados a votação da PEC dos Precatórios.

Como não há informações sobre os deputados e senadores que pedem repasses, Rosa Weber ainda determinou que as indicações feitas pelos parlamentares com esse tipo de emenda tenham ampla publicidade.

A decisão da ministra foi concedida nas ações do PSOL, do Cidadania e do PSB que pedem para que o STF torne sem efeitos a execução das emendas de relator.


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