Centenas de pessoas estam no prédio da Câmara
de Belo Horizonte. (Foto: Pedro Ângelo/ G1)
de Belo Horizonte. (Foto: Pedro Ângelo/ G1)
Um grupo de manifestantes que ocupa a Câmara Municipal de Belo Horizonte vai dormir no local pela 3º noite nesta segunda-feira (1º). A sede do legislativo municipal foi ocupada no sábado (29).
Uma assembleia popular horizontal foi realizada na noite desta
segunda-feira para definir representantes que devem comparecer a uma
reunião com o prefeito da capital mineira, Marcio Lacerda (PSB). Dez
pessoas foram escolhidas, já a pauta que será levada ao prefeito ainda
será fechada, segundo a comissão de comunicação dos manifestantes.
A comissão informou também que cerca de 300 pessoas devem dormir na Câmara Municipal nesta segunda-feira.
A comissão informou também que cerca de 300 pessoas devem dormir na Câmara Municipal nesta segunda-feira.
Prefeito marca reunião, e manifestantes não comparecem
Os manifestantes que ocupam a Câmara Municipal de Belo Horizonte não
compareceram à reunião marcada pelo prefeito Marcio Lacerda, encontro
esse que seria às 16h30, na prefeitura. Segundo Verônica Gomes, da
comissão de comunicação dos manifestantes, foi acordado com o secretário
de Governo, Josué Valadão, no domingo (30), que a reunião com o
prefeito seria após assembleia marcada para a noite desta segunda. A
prefeitura não confirma esta combinação.
O prefeito Marcio Lacerda anunciou que receberia os representantes da ocupação
da Câmara Municipal para uma reunião nesta segunda-feira (1º). A
ocupação acontece desde o sábado (29). Durante o fim de semana, o grupo
protestou contra a reprovação de duas emendas do projeto de lei
417/2013, referente à redução da passagem de ônibus na capital mineira, e
afirmaram que manteriam o protesto na Câmara até se encontrarem com
Lacerda.
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A comissão, que divulgou nota em redes sociais, também diz que não foi
oficialmente avisada deste encontro. Segundo a assessoria de imprensa do
prefeito, os manifestantes não quiseram receber o ofício, e o documento
foi entregue ao presidente interino da Casa, Wellington Magalhães.
Verônica disse que, mesmo que o convite fosse entregue, ele seria
recusado, pelo descumprimento do acordo que a comissão diz ter feito com
o secretário.
Secretário Josué Valadão disse que canal de
comunicação está aberto (Foto: Raquel Freitas/G1)
comunicação está aberto (Foto: Raquel Freitas/G1)
Durante a tarde, José Valadão falou aos jornalistas que haviam ido à
sede da prefeitura acompanhar a reunião, que não foi realizada. De
acordo com o secretário, por telefone ele conseguiu entrar em contato
com um representante da ocupação da Câmara no início da tarde desta
segunda-feira (1º). Valadão o teria informado sobre a reunião com o
prefeito Marcio Lacerda. O secretário diz ter comparecido à sede do
Legislativo, por volta das 14h, mas alega que não foi recebido pelos
manifestantes, e, por isso, afirma ter deixado o documento com a
presidência da Casa.
Ainda de acordo com ele, os manifestantes têm assuntos a tratar com a
prefeitura e, assim, deveriam desocupar a Câmara. "O canal de
comunicação está aberto. Eles têm uma assembleia então hoje, às 19h. A
questão que nós colocamos é que não há porque manter a Câmara
inoperante. (...) O problema deles de discussão é conosco [prefeitura],
não é com a Câmara. Deixa a Câmara trabalhar", pontuou. Segundo o
secretário, Lacerda está disponível para marcar uma nova data para o
encontro.
Escudos de guardas municipais foram pintados com corações por manifestantes. (Foto: Pedro Triginelli/G1)
Redução
As tarifas do transporte coletivo de Belo Horizonte vão ser reduzidas em R$ 0,10. O projeto proposto pelo prefeito e aprovado pela Câmara no último sábado prevê a redução de R$ 0,05. Os outros R$ 0,05 foram definidos pela Empresa de Transportes e Trânsito da capital (BHTrans), que suspendeu a cobrança do custo operacional que incidia sobre as empresas de ônibus, possibilitando a redução.
As tarifas do transporte coletivo de Belo Horizonte vão ser reduzidas em R$ 0,10. O projeto proposto pelo prefeito e aprovado pela Câmara no último sábado prevê a redução de R$ 0,05. Os outros R$ 0,05 foram definidos pela Empresa de Transportes e Trânsito da capital (BHTrans), que suspendeu a cobrança do custo operacional que incidia sobre as empresas de ônibus, possibilitando a redução.
O projeto vai para sanção do prefeito, que deve acontecer o mais rápido
possível, e só então publicada no Diário Oficial. Ainda não há data
prevista. De acordo com a assessoria do prefeito, as duas reduções serão
validadas juntas, e as catracas serão alteradas após a publicação da
lei.
Votação
Parte dos manifestantes que ocuparam a Câmara neste sábado (29) queria que o projeto de lei não fosse votado. Os motivos se dividiam. Para o Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (Copac), a redução da tarifa deve ser feita com a diminuição do ganho dos donos de empresas de ônibus, que têm a concessão do serviço, e não de impostos que podem ser direcionados para outras áreas, como saúde e educação. Já a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) em Belo Horizonte diz que a redução pode chegar a R$ 0,25. Eles também querem o passe-livre estudantil.
Parte dos manifestantes que ocuparam a Câmara neste sábado (29) queria que o projeto de lei não fosse votado. Os motivos se dividiam. Para o Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (Copac), a redução da tarifa deve ser feita com a diminuição do ganho dos donos de empresas de ônibus, que têm a concessão do serviço, e não de impostos que podem ser direcionados para outras áreas, como saúde e educação. Já a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) em Belo Horizonte diz que a redução pode chegar a R$ 0,25. Eles também querem o passe-livre estudantil.
Os manifestantes, a Guarda Municipal, a Polícia Militar e a segurança
da Câmara Municipal entraram em conflito no primeiro dia de ocupação.
Segundo a segurança, cerca de 350 pessoas foram autorizadas a acompanhar
a votação de dentro do plenário. Outras dezenas de manifestantes
tentaram entrar, mas a segurança alega que a lotação já havia sido
atingida, e eles foram impedidos. A vidraça da entrada da Câmara foi
quebrada e houve bate-boca e gritos com palavras de ordem.
Algumas pessoas que ficaram do lado de fora da Câmara, pintaram
corações com tinta nos escudos de guardas municipais, dizendo que a
manifestação era sem violência. Mas, antes, um guarda municipal foi
atingido por uma tinta alaranjada. Ele ficou irritado e jogou um dos
manifestantes, que não estava envolvido no incidente, no chão.
Em uma das tentativas de invasão, policiais militares usaram spray de
pimenta para dispersar o grupo. Apesar da confusão, não há relatos de
feridos.
Um manifestante que participava da ocupação foi detido. De acordo com a
Polícia Civil, o homem foi conduzido até a delegacia porque
funcionários da Câmara afirmaram que ele teria jogado tinta em guardas,
que faziam a segurança do prédio. Ainda de acordo com a corporação, o
manifestante foi ouvido e liberado.