O deputado Celso Maldaner (MDB-SC) afirmou que a
aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios, na
madrugada de quinta-feira (4) só foi possível após o governo oferecer a
liberação de emendas a quem votasse a favor. Segundo o congressista, o
valor discutido entre colegas de bancada foi de R$ 15 milhões por
parlamentar. "Foi distribuído para quem votou com o governo", afirmou
ele ao Estadão.
Questionado sobre
como soube da oferta, o deputado disse ter ouvido o "comentário de um
colega de partido, vice-líder de governo", que não quis revelar o nome.
"Ele falou que os vice-líderes estiveram reunidos e falaram nesses
números", afirmou Maldaner, que votou contra a proposta.
O
único integrante do MDB entre os vice-líderes do governo é o deputado
Lúcio Mosquini (MDB-RO). Procurado, ele negou ter tratado sobre
liberação de emendas em troca de votos. “Zero vezes zero vezes zero. Eu
garanto para você que você não acha um ofício meu (indicando recursos)”,
disse o parlamentar, um dos dez do seu partido a apoiar a PEC.
Como
revelou hoje o Estadão, em busca de apoio para a PEC, o presidente Jair
Bolsonaro decidiu abrir o cofre e acelerou a liberação de dinheiro a
deputados na véspera da votação. Desde a semana passada, quando o texto
chegou ao plenário da Câmara, o governo empenhou R$ 1,2 bilhão das
chamadas emendas de relator-geral — o mecanismo do orçamento secreto.
Estadão Conteúdo
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