Por Carlos Chagas
Em
pleno início do Carnaval, não adianta buscar temas políticos, claro que à
exceção de inusitados que sempre podem acontecer. Assim, é
preciso adaptar as duas evidências, Política e Carnaval. Os políticos,
como estarão participando da folia? Alguns ressabiados, outros
entusiasmados, aqueles buscam esconder-se, estes imaginam misturar-se à
loucura que toma conta do país. Como se comportarão, fantasiados ou
assumindo suas verdadeiras personalidades?
A
presidente Dilma, escondida no litoral baiano, se tivesse que escolher
sua fantasia, desfilaria como Mulher Maravilha. Já Gleise Hoffmann,
chefe da Casa Civil, vestiria a roupa com que há anos comparece
aos imaginários blocos populares: Branca de Neve. Por conta disso, é
preciso encontrar no ministério a falsa Rainha Malvada. Ninguém melhor
do que a ministra da Coordenação Política, Ideli Salvati. Os Sete Anões,
neste Carnaval, serão muitos mais, ainda que para conservar o número da
lenda, vale referi-los: Gilberto Carvalho é o Mestre; Guido Mantega, o
Dunga; Aloísio Mercadante, o Zangado; Garibaldi Alves, o Soneca; Marta
Suplicy, o Dengoso; José Eduardo Cardoso, o Feliz; e Celso Amorim, o
Atchim.
O
restante do ministério desfilará no bloco Perdidos Numa Noite Suja,
enquanto Graça Foster, da Petrobrás, sairá de Mergulho nas Profundezas.
A
Escola de Samba Unidos na Desunião virá com os governadores Eduardo
Campos, Sérgio Cabral, Tarso Genro e Marcelo Deda na Comissão de Frente,
ao tempo em que Geraldo Alckmin e Antonio Anastásia chefiarão a Ala dos
Dissidentes Conformados. Atrás deles, em evoluções monumentais, a
Bateria das Viúvas do Lula, com José Dirceu, João Paulo Cunha, José
Genoíno e Delúbio Soares passando em farrapos e cantando “zum, zum, zum,
zum, está faltando um”.
José
Serra se apresentará como Capitão Gancho, Aécio Neves como Peter
Pan. A Fada Sininho será Aloísio Nunes Ferreira, os Meninos Perdidos da
Terra do Nunca serão os tucanos com mandato na Câmara e no Senado.
O
Bloco do Congresso começará com Renan Soares, de Lobo Mau, Henrique
Eduardo Alves, de Chapeuzinho Vermelho, e José Sarney como chefe do
Caçadores. A Vovozinha será Marco Maia.
Logo
atrás, a Bateria dos Tambores Silenciosos, integrada pelos senadores
Jarbas Vasconcelos, Pedro Taques, Pedro Simon, Roberto Requião e Luiz
Henrique, com Randolfe Rodrigues atravessando o samba como Harry Potter.
O PT
formará a Escola de Samba dos Frustrados do Poder, desenvolvendo
evoluções às avessas, marchando na contra-mão, da Praça da
Apoteose até a Praça da Concentração, sob a bateria entoando
“Conceição, Aquela que, se Subiu, Ninguém Sabe, Ninguém Viu”. Já o
PMDB entusiasmará o público com “Amélia é que era a Mulher de
Verdade”, homenagem ao dr. Ulysses.
De
olho nos aplausos finais, sem prestar atenção nas arquibancadas,
duas figuras encerrarão o desfile, confundidas pela fumaça dos rojões:
Joaquim Barbosa e o Lula. Um como o Batman, outro como o Pingüim. Só
se saberá quem foi quem quando vier o resultado do desfile, na
Quarta-feira de Cinzas...
Fonte: Cláudio Humberto