Para integrantes da cúpula da Polícia Federal, a relação de Sergio Moro (Justiça) e Jair Bolsonaro já terminou desde o ano passado e é zero a confiança entre os dois. Na crise do coronavírus, eles se afastaram ainda mais, defendendo posições antagônicas sobre o isolamento social.
Desde então, diretores passaram a falar que o presidente daria um jeito de aproveitar o momento para forçar a saída do ministro. A demissão de Luiz Henrique Mandetta fez escalar a percepção.
A queda de Mandetta foi tratada na cúpula da PF como simbólica, já que o ex-ministro tinha 70% de aprovação, segundo a última pesquisa Datafolha. Segundo relatos, os diretores passaram a tratar o caso como o precedente perfeito: o presidente conseguira demitir um auxiliar popular sem grandes consequências políticas.
Os novos recados de Bolsonaro a Moro sobre a troca do comando da PF começaram a chegar há uma semana. O presidente também avisou o ministro que mirava também a chefia do Rio, pivô da primeira crise envolvendo o órgão.
Bolsonaro deu como definitiva a decisão em conversa com Moro no Planalto na manhã desta quinta (23). Maurício Valeixo, diretor-geral da PF foi avisado e, em seguida, entrou em reunião com superintendentes. No encontro virtual, ele falou, nas entrelinhas, sobre o assunto.
O secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, que sempre aparece na lista dos cotados para o cargo de diretor-geral da PF –já foi até mencionado por Bolsonaro–, passou o dia respondendo telefonemas e mensagens dizendo a amigos que não havia sido escolhido para o lugar de Maurício Valeixo. Ele também afirmou que achava que o chefe da Abin, Alexandre Ramagem, já estava avisado que assumiria o posto.
Também delegado, Ramagem virou a principal ponte do Planalto com a PF. Foi ele quem sondou nomes para substituição do chefe do Rio, a pedido do presidente, em agosto do ano passado, tendo levado como um dos nomes o de Alexandre Saraiva, superintendente do Amazonas —que Bolsonaro chegou a anunciar para ocupar o cargo.
Depois, com a resistência de Valeixo, que avisou que já tinha feito sua própria escolha, o chefe da Abin fez o papel de intermediário e ajudou a concretizar a ida de Carlos Henrique Oliveira de Sousa para a superintendência do Rio. Nome bancado pelo diretor-geral, ele tomou posse em dezembro e permanece lá até o momento.
PAINEL
Desde então, diretores passaram a falar que o presidente daria um jeito de aproveitar o momento para forçar a saída do ministro. A demissão de Luiz Henrique Mandetta fez escalar a percepção.
A queda de Mandetta foi tratada na cúpula da PF como simbólica, já que o ex-ministro tinha 70% de aprovação, segundo a última pesquisa Datafolha. Segundo relatos, os diretores passaram a tratar o caso como o precedente perfeito: o presidente conseguira demitir um auxiliar popular sem grandes consequências políticas.
Os novos recados de Bolsonaro a Moro sobre a troca do comando da PF começaram a chegar há uma semana. O presidente também avisou o ministro que mirava também a chefia do Rio, pivô da primeira crise envolvendo o órgão.
Bolsonaro deu como definitiva a decisão em conversa com Moro no Planalto na manhã desta quinta (23). Maurício Valeixo, diretor-geral da PF foi avisado e, em seguida, entrou em reunião com superintendentes. No encontro virtual, ele falou, nas entrelinhas, sobre o assunto.
O secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, que sempre aparece na lista dos cotados para o cargo de diretor-geral da PF –já foi até mencionado por Bolsonaro–, passou o dia respondendo telefonemas e mensagens dizendo a amigos que não havia sido escolhido para o lugar de Maurício Valeixo. Ele também afirmou que achava que o chefe da Abin, Alexandre Ramagem, já estava avisado que assumiria o posto.
Também delegado, Ramagem virou a principal ponte do Planalto com a PF. Foi ele quem sondou nomes para substituição do chefe do Rio, a pedido do presidente, em agosto do ano passado, tendo levado como um dos nomes o de Alexandre Saraiva, superintendente do Amazonas —que Bolsonaro chegou a anunciar para ocupar o cargo.
Depois, com a resistência de Valeixo, que avisou que já tinha feito sua própria escolha, o chefe da Abin fez o papel de intermediário e ajudou a concretizar a ida de Carlos Henrique Oliveira de Sousa para a superintendência do Rio. Nome bancado pelo diretor-geral, ele tomou posse em dezembro e permanece lá até o momento.
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