Congressistas reagiram com pesar ao anúncio da demissão de Luiz
Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, anunciado na tarde desta
quinta-feira (16). Para a maioria das lideranças políticas do Congresso,
a decisão de Bolsonaro foi "irresponsável".
Em nota conjunta, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e
Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmaram que "o ministro Luiz Henrique
Mandetta foi um verdadeiro guerreiro em prol da saúde pública nesse
período em que esteve à frente do Ministério, especialmente no
enfrentamento firme
ao Covid-19".
ao Covid-19".
"A
maioria das brasileiras e dos brasileiros espera que o presidente Jair
Bolsonaro não tenha demitido Mandetta com o intuito de insistir numa
postura que prejudica a necessidade do distanciamento social e estimula
um falso conflito entre saúde e economia", afirmaram Maia e Alcolumbre
na nota (Leia a nota na íntegra).
Presidente nacional do Democratas, ACM Neto, prefeito de Salvador, também comentou o assunto.
@lhmandetta sai aplaudido do Ministério da Saúde pq enfrentou a pandemia do coronavírus com equilíbrio, responsabilidade e respaldado pela ciência.— ACM Neto (@acmneto_) April 16, 2020
O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP),
disse que o ministro foi demitido por seguir a ciência. "Mandetta foi
demitido porque não abriu mão de princípios científicos e médicos em
nome da saúde do povo brasileiro. Nelson Teich assume o lugar de
ministro. Eu vi posicionamento dele pedindo isolamento horizontal para
todos. Se ele persistir nesse fundamento vai ter problemas sérios com o
presidente Bolsonaro e não vai durar 30 dias no cargo. Ou terá que
rasgar seu diploma e terá que contrariar toda a comunidade científica
mundial", afirmou.
Para o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ),
a decisão de Jair Bolsonaro, de demitir o ministro foi irresponsável.
“Desde o começo desta crise, Bolsonaro escolheu o caminho da negação e
guiou suas decisões pelo achismo, politizando o que deveriam ser ações
técnicas com critérios científicos. A demissão de Mandetta não passa de
um acerto de contas por parte de um chefe que, no auge de sua
mediocridade, não tolera um auxiliar se destacando mais do que ele. Um
comportamento irresponsável de quem está mais preocupado com sua
reeleição do que em salvar as vidas dos brasileiros.”
O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP)
afirmou que Bolsonaro foi insensato. "A última coisa que um governante
responsável faz durante a pandemia é substituir o ministro da Saúde
durante a pandemia. Um movimento insensato e irresponsável. Demora para
você organizar um ministério, demora para você redefinir uma equipe
técnica de um ministério e durante uma pandemia não há tempo para fazer
isso. Ainda mais quando as razões para se fazer isso são razões
politiqueiras, são razões eleitorais. Jair Bolsonaro promoveu um
processo de fritura pública, colocou assessores do Planalto para
destruírem a reputação do ministro Mandetta. Sem sucesso, porque o
ministro Mandetta ainda goza de uma aprovação de mais de 70% na
população brasileira, pelo seu trabalho, como ele sempre diz, técnico,
científico", afirmou.
Para o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio,
a decisão de Bolsonaro é lamentável. "Mandetta se tornou alvo de
críticas e intrigas dentro do governo nos últimos dias, justamente por
estar fazendo um bom trabalho, alinhado à ciência, aos organismos e às
autoridades internacionais. O que se espera, neste momento, é que seu
substituto mantenha a linha de atuação que os países, na sua grande
maioria, estão adotando. Não é possível que o mundo inteiro esteja
errado. São vidas que estão em jogo e o esforço para preservá-las deve
estar acima de disputas políticas e ideológicas”.
A líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama, disse em sua conta do Twitter que recebeu a notícia com temor. "O Brasil recebe com temor a demissão do ministro.
Como médico mostrou apreço pela vida. No ofício de ministro, teve
coragem ao não se submeter às loucuras de um presidente que se mostrou
tantas vezes irresponsável", publicou.
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