Quando o Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou o relatório da Controladoria Geral da União (CGU), apontando um possível rombo de R$ 312.048.625,19 no DNOCS, todos correram para ver os grandes investimentos e encontrar neles os desvios.
Olhamos o relatório do CGU, inclusive com a defesa do DNOCS. E a Nota de Esclarecimento do ainda diretor do DNOCS, Elias Fernandes. Par ao povo Potiguar, o grande problema não está nos grandes valores investidos. Não é aqui que estes valores estão sendo investidos.
É nos pequenos. Observe que o prejuízo de R$ 119.794.533,92, referente à folha de pessoal, o Elias Fernandes alega que não é responsabilidade do DNOCS. É do Ministério do Planejamento. Sendo um ou outro, o cidadão brasileiro deveria ser ressarcido.
O CGU aponta supostos erros em obras do DNOCS que teria resultado em prejuízo de R$ 192.254.091,27. Ficaram todos atordoados procurando estas obras. É muito dinheiro. Elias apresentou explicações e o deputado Henrique Eduardo Alves acredita que será inocentado.
Mas ainda falta uma explicação. É referente aos erros grosseiros e absurdos nas obras pagas pelo DNOCS através das prefeituras do Rio Grande do Norte. As obras em outros estados certamente têm erros igualmente absurdos, mas as do RN tem um diferencial.
É um nó. E não é fácil de desatar. Complica o filho Elias Fernandes, o deputado estadual Gustavo Fernandes, do PMDB, e por tabela, também acerta o poderoso Henrique Eduardo Alves, que tem 11 mandatos de deputado federal e é líder do partido na Câmara.
Como?
A resposta eu li no jornal Correio Braziliense, que mostrou as cidades que o DNOCS deu dinheiro aos prefeitos para eles investir na estrutura danificada pela seca e/ou excesso de chuvas. O quadro é nebuloso. Sugere um dá lá dá cá. Isto deve ser proibido.
Coincidentemente os recursos do DNOCS foram repassados antes das eleições de 2010 e os referidos prefeitos pediram votos para Gustavo Fernandes e, algumas situações, fazendo dobradinha com o deputado federal Henrique Eduardo Alves.
Foi mais ou menos assim: “peça voto pra mim que te dou o dinheiro para algumas ‘obras’”. Foi feito. Só que foram nestas obras que o CGU encontrou empresa fantasma, contratos superfaturados, algumas pagas e inacabadas e outras coisas absurdas.
Mesmo com o pedido de demissão de Elias Fernandes, estes contratos precisam de esclarecimentos e se comprovado os erros, a punição deve ser dura contra os culpados. Ainda é muito cedo para se dizer de quem foi o erro. Só sabemos quem se beneficiou.
Blog Cézar Alves, publicado NoMinuto.com, edição de 27/01/2012.
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