São Paulo - Apesar de ter registrado recorde de inscrições, mais da metade das vagas oferecidas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) não foi preenchida na primeira chamada. Dos 108.527 aprovados, apenas 46 mil - 42% do total - efetuaram a matrícula nas instituições.
O Sisu reúne as vagas oferecidas por instituições públicas de ensino superior que adotam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como vestibular.
Para preencher as 62.285 vagas restantes, o Ministério da Educação (MEC) divulgou ontem a segunda chamada. A lista de aprovados pode ser acessada na internet no site sisu.mec.gov.br. Os convocados devem realizar a matrícula nas instituições para as quais foram aprovados nos dias 30 e 31.
A Secretaria de Educação Superior (Sesu), responsável pelo sistema de seleção, minimizou o porcentual de candidatos que desistiram da matrícula nessa fase. Para a secretaria, o processo ainda está em andamento - apesar de ter registrado no ano passado em torno de 40% de desistência na primeira chamada, a secretaria defende que 97% das vagas oferecidas no processo anterior foram preenchidas no final.
O não preenchimento das vagas ocorre porque, muitas vezes, estudantes acabam desistindo de mudar de cidade para cursar a universidade, preferem se matricular em outras instituições para as quais foram aprovados ou tentam outro curso, caso tenham sido convocados na segunda opção. Na inscrição, os candidatos podem colocar duas opções de curso.
Quem não foi selecionado em nenhuma das duas opções nas chamadas regulares ou quem tenha sido selecionado pela segunda opção e pretende continuar concorrendo pela primeira pode aderir à lista de espera. A participação na lista deve ser confirmada on-line, no sistema do Sisu. O estudante concorrerá à vaga apenas pela primeira opção. O prazo de adesão começou ontem e vai até o dia 1.º de fevereiro.
Neste primeiro semestre, as vagas oferecidas pelo Sisu foram distribuídas por 3.327 cursos de 95 instituições públicas. Para participar da disputa, o candidato precisa ter prestado o Enem de 2011.
Justiça
Enquanto os aprovados realizam a matrícula, continua a novela nos tribunais sobre o exame. Agora, a Justiça Federal deu cinco dias ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), braço do MEC responsável pelo Enem, para se posicionar a respeito de um pedido do Ministério Público Federal no Ceará para que se apresente todos os cadernos do pré-teste do Enem aplicados no Colégio Christus, em Fortaleza. A intenção seria comprovar se o vazamento foi maior que as 14 questões anuladas para os alunos da escola.
A Polícia Federal concluiu que as questões do Enem, adiantadas a alunos cerca de dez dias antes do exame, saíram de dois cadernos do pré-teste realizado na instituição em 2010. A PF indiciou um professor e uma funcionária do Christus pelo adiantamento das questões.
O MPF solicitou que a polícia aprofunde as investigações. A PF pediu ao Inep os demais cadernos do pré-teste e informações sobre a quantidade de questões que formam o banco de itens do Enem e quantas foram pré-testadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Uol
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