A deputada federal Fátima Bezerra reforça que o projeto do PT para
as eleições deste ano, no Rio Grande do Norte, é conquistar uma vaga no
Senado. Ela admite que o diálogo entre os dirigentes nacionais dos do PT
e do PMDB está avançado para a formação de uma aliança. Nessa
negociação, caberia, confirma a deputada, aos peemedebistas a indicação
do candidato ao Governo. Mas, afirma Fátima Bezerra, se no diálogo sobre
a formação da coligação, o PMDB negociar com o PSB a vaga da
candidatura a senador, o PT poderá buscar outros parceiros. A deputada
alerta também que qualquer aliança com o Partido dos Trabalhadores terá
que ser homologada pela Direção Nacional da legenda e que os aliados
preferenciais são os que integram a base aliada da presidenta Dilma
Rousseff.
Deputada federal afirma que sem a vaga que o PT reivindica na chapa majoritária, a legenda vai buscar outros aliados
Qual o objetivo do PT nas eleições deste ano no Rio Grande do Norte?
O PT está firme e unido. Nós temos como meta disputar a vaga do Senado, manter a cadeira que ocupamos na Câmara dos Deputados e ampliar a presença na Assembleia Legislativa. Ao seguir a orientação da direção nacional do nosso partido, o PT do Rio Grande do Norte vai abrir o diálogo com todos os partidos que dão sustentação ao governo Dilma e que têm compromisso com a reeleição da presidenta.
Haverá alguma restrição nesse diálogo?
Vamos conversar com esse conjunto de legendas partidárias para unificar o palanque da reeleição da presidenta Dilma Rousseff, no Estado, e tirar o Rio Grande do caos político e administrativo no qual ele se encontra, fruto do DEM e marca da administração deste partido.
Entre esses partidos com os quais o PT vai buscar o diálogo está o PSB da ex-governadora Wilma de Faria?
Nossa aliança preferencial, segundo a orientação da direção nacional do PT, é com os partidos que dão sustentação ao governo da presidenta Dilma. O PSB, no momento em que tomou a decisão de ter candidatura própria, o que é um direito, dificulta uma composição no campo da majoritária.
Em uma entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o deputado Fernando Mineiro foi muito claro ao afirmar que caberá ao PMDB a vaga ao Governo, e ao PT, o Senado. A senhora confirma essa coligação?
As conversas estão adiantadas no plano nacional. Há um desejo das direções nacionais do PT e do PMDB, do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff, de que o PT e o PMDB, ao lado dos demais partidos aliados, marchem juntos nas eleições de 2014.
E como estão as negociações no Estado?
No plano local, não houve conversa de natureza institucional entre PT e PMDB. Quando o PT, em 2013, fez aquela temporada de diálogo com os partidos que davam sustentação ao Governo Dilma, a conversa com o PMDB não ocorreu, porque os peemedebistas, no Estado, estavam na administração do DEM. E temos um recorte claro aqui para participar das eleições de 2014: os partidos que dão sustentação ao governo Dilma e, ao mesmo tempo, que são oposição ao governo Rosalba.
Mas hoje há dificuldades com o PMDB no Rio Grande do Norte?
Não, atualmente, os projetos do PT não colidem com o do PMDB. A prioridade do PMDB no Rio Grande do Norte é o Governo. E a do PT, no campo da majoritária, é a vaga do Senado. Mas no plano local, as conversas institucionais não se realizaram ainda. A direção estadual do Partido dos Trabalhadores deve desencadear esse diálogo o mais rápido possível, provavelmente em fevereiro. E não só com o PMDB. Vamos conversar com o PDT, liderado pelo prefeito de Natal, Carlos Eduardo, e de Parnamirim, Maurício Marques. Com o PSD, liderado pelo vice-governador Robinson Faria, um dos pré-candidatos a governador. Vamos dialogar com o PC do B, um aliado histórico do PT no plano nacional. Enfim, com todos os partidos que tenham uma posição clara de compromisso com a reeleição da presidenta Dilma, para unificar um palanque que também seja bom para os objetivos do PT e de nossos aliados.
Há informações de bastidores, segundo as quais, o PSB pode pleitear a vaga do Senado nesta coligação. Como o PT reagiria?
O horizonte do PT está muito claro e definido. Na majoritária, a vaga do PT é o Senado. Esse projeto está sintonizado com a reeleição da presidenta Dilma. O PT, nacionalmente, tem como foco a reeleição da presidenta, associado ao desafio que é a expansão da presença congressual. Hoje somos a maior bancada na Câmara, 90 deputados federais. Mas, desta vez, queremos ousar e chegar em 2014 com a maior bancada possível de senadores e senadoras. Neste sentido, a decisão do PT do Rio Grande do Norte ter como prioridade a disputa do Senado está associado à tática do PT adotado no plano nacional.
Disto, então, o PT não abriria mão nas negociações para a formação de uma aliança?
Veja, uma candidatura do PT ao Senado não é um projeto pessoal. É um projeto que está inserido em uma perspectiva nacional, associado à reeleição da presidenta Dilma. Então, vamos perseguir e trabalhar nesta direção. Temos o aval da direção nacional, do ex-presidente Lula que se manifestaram publicamente. O PMDB é um parceiro muito importante. Afinal é o partido do vice-presidente da República, Michel Temer. A chapa do plano nacional está definida: Dilma Rousseff e Michel Temer. Mas vamos dialogar com os demais partidos da base aliada. Essas decisões se darão no plano nacional e local. E, por isso, vamos instaurar a discussão com o conjunto dos partidos.
Qual o parâmetro para a negociação?
É preciso sentar. Temos o cargo de governo, vice, senado, suplência, as candidaturas à Câmara e Assembleia. Vamos abertamente, todos os partidos, colocar suas pretensões legitimamente e construir um caminho para uma aliança. Não podemos brincar com o palanque da presidenta Dilma, no Rio Grande do Norte, de maneira nenhuma. Não vamos abrir brecha no palanque de Dilma para candidatos adversários, para candidatura do PSB ou do PSDB.
Essa é a única referência para as negociações?
O PT e o conjunto dos partidos aliados têm essa preocupação. Mas tudo isso sem deixar de lado o debate programático. Vivemos hoje o maior apagão político e administrativo da história do Rio Grande do Norte, e o DEM é o responsável por essa tragédia. Trata-se do único Governo do DEM no país e é está um fracasso. É importante escalar o time, mas ao lado de tudo isso, é fundamental a capacidade desse grupo e seus dirigentes de apresentarem ao Rio Grande do Norte um projeto audacioso, capaz de tirar o Estado do fundo do poço.
Mas o PT cogita um plano B, se houver impasse na discussões da vaga para o Senado, se outros partidos reivindicarem a vaga?
Não tem plano A, B ou C. Com a orientação da direção nacional do PT e do ex-presidente Lula, estamos trabalhando nesta realidade de concorrer a vaga do Senado, manter a representação na Câmara e ampliar a bancada da Assembleia. Se o PT tem um nome que as pesquisas apontam como competitivo, que agregou respaldo popular, em uma situação que o partido nunca teve, não tem motivo para se posicionar de forma diferente. Mas, claro, não vai impor nada. Vai pelo caminho do diálogo, do convencimento. E caberá à Direção Nacional todo o acompanhamento e coordenação na definição dos palanques. Nenhuma aliança, aqui ou em qualquer Estado, será homologada na Justiça Eleitoral sem o aval da Direção Nacional do PT, que terá um papel muito importante.
Se o PSB estiver na aliança, e o PT não ficar com a vaga do Senado, a senhora não vê possibilidade de ficar na coligação com o PMDB?
Como o PT trabalha nessa direção de disputar a vaga para o Senado, no campo da majoritária, evidente que, se essa equação não for, digamos, resolvida, o PT vai sair com outros parceiros, com outros aliados, dentro do arco que dá sustentação ao governo da presidenta Dilma. Claro que estamos falando aqui no debate que está posto, porque não temos decisões tomadas nem formadas. As decisões vão acontecer no momento oportuno. Temos um calendário interno. Haverá prazo para que qualquer filiado se apresente desejoso de disputar um cargo na majoritária e na proporcional. O PT terá esse cronograma. E há o calendário decisivo [da Justiça Eleitoral], quando se darão as convenções.
Pela primeira vez, com a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), há possibilidade de se romper a polarização do PT com o PSDB na disputa presidencial. Isso dificulta a campanha de Dilma Rousseff à reeleição?
Será uma campanha muito desafiadora, como foram todas as outras. Agora, sem nenhuma arrogância, com muita humildade, estou entre os que têm muita confiança no projeto de reeleição da presidenta Dilma. Não se trata de uma simples continuidade, mas sim renovar um mandato que promove mudanças e transformações sociais importantes, que têm mudado a vida do povo brasileiro. Portanto, é preciso avançar.
Mas essa “terceira via” não pode significar entraves à reeleição?
Acho que a presidenta Dilma, sem salto alto, vai ganhar a eleição, seja no primeiro ou no segundo turnos. Enquanto os governos Lula e Dilma têm um acervo de conquistas indiscutíveis que melhorou a vida do povo brasileiro, a oposição continua perdida, não conseguiu apresentar um projeto alternativo. Hoje a oposição aposta no catastrofismo, aposta para a inflação desembestar, para o desemprego aumentar, enfim para que o país não dê certo.
A senhora avalia que a oposição se limita ao “quanto pior, melhor”?
Ou então vive de reciclar programas importantes do Governo Federal. Dou como exemplo o Minha Casa Minha Vida, programa vigoroso de inclusão social, no campo da habitação. O país já contratou mais de três milhões de unidades habitacionais. No Rio Grande do Norte, já são 60 mil unidades entregues. Parnamirim foi o município que mais conveniou. Em Natal, com a gestão de Carlos Eduardo, está sendo retomado. Em Minas Gerais [estado governado pelo PSDB, partido de oposição], esse programa foi reciclado com o nome de Morar em Minas. O Fome Zero, tão reciclado pelos tucanos, que virou matriz do Bolsa Família, foi reciclado com o nome “Minas sem Fome”. E por aí vai... Então, a oposição não se apresenta com projeto viável e de caráter inovador. Ao contrário, tem cara de retrocesso, porque DEM e PSDB querem retomar a cartilha de aperto fiscal e colocar em risco avanços como política de valorização de salários-mínimos.
A senhora está decidida a concorrer ao Senado?
Isso não é um projeto pessoal. Trata-se de algo que está em discussão na militância do meu partido e tem o aval do PT norte-rio-grandense e nacional. Queremos também que seja discutido com nossos parceiros no plano local. Não vou negar que tenho, sim, esse sonho e quero realizá-lo. Isso, naturalmente, depende do povo do Rio Grande do Norte. Claro que tenho muita vontade. Assim como a população do Estado me deu a chance de representá-la por três mandatos consecutivos na Câmara dos Deputados, gostaria de ter a oportunidade do Senado. Sei que não é um desafio simples. Para nós, do PT, as coisas nunca foram fáceis, mas isso não nos intimida nem mete medo, ao contrário, instiga cada vez mais.
Não preocupa o risco de uma candidatura majoritária, na qual está em jogo apenas uma vaga?
Há doze anos tive que tomar uma decisão difícil que foi deixar de concorrer à renovação do mandato estadual, que todos avaliam como segura. Tive que ousar para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Inclusive o povo do Rio Grande do Norte me deu um resultado consagrador: fui a deputada federal mais votada em 2002. Fui a primeira representante federal que foge do modelo tradicional. Até então a Câmara dos Deputados era ocupada pela via do voto, mas só chegava lá quem tinha o DNA das famílias tradicionais ou candidaturas com forte poder econômico. Nem Djalma Maranhão tinha conseguido. Foi a primeira candidatura vitoriosa com perfil diferente, de esquerda. Mas não foi simples.
Para o Senado, a dificuldade é ainda maior?
O Senado, mais do que qualquer outro espaço na política brasileira, sempre foi reservado para ex-governadores, para políticos oriundos das famílias tradicionais ou para quem tem poder econômico. Vamos quebrar esse paradigma no Rio Grande do Norte? Esse é um bom debate.
O PT está firme e unido. Nós temos como meta disputar a vaga do Senado, manter a cadeira que ocupamos na Câmara dos Deputados e ampliar a presença na Assembleia Legislativa. Ao seguir a orientação da direção nacional do nosso partido, o PT do Rio Grande do Norte vai abrir o diálogo com todos os partidos que dão sustentação ao governo Dilma e que têm compromisso com a reeleição da presidenta.
Haverá alguma restrição nesse diálogo?
Vamos conversar com esse conjunto de legendas partidárias para unificar o palanque da reeleição da presidenta Dilma Rousseff, no Estado, e tirar o Rio Grande do caos político e administrativo no qual ele se encontra, fruto do DEM e marca da administração deste partido.
Entre esses partidos com os quais o PT vai buscar o diálogo está o PSB da ex-governadora Wilma de Faria?
Nossa aliança preferencial, segundo a orientação da direção nacional do PT, é com os partidos que dão sustentação ao governo da presidenta Dilma. O PSB, no momento em que tomou a decisão de ter candidatura própria, o que é um direito, dificulta uma composição no campo da majoritária.
Em uma entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o deputado Fernando Mineiro foi muito claro ao afirmar que caberá ao PMDB a vaga ao Governo, e ao PT, o Senado. A senhora confirma essa coligação?
As conversas estão adiantadas no plano nacional. Há um desejo das direções nacionais do PT e do PMDB, do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff, de que o PT e o PMDB, ao lado dos demais partidos aliados, marchem juntos nas eleições de 2014.
E como estão as negociações no Estado?
No plano local, não houve conversa de natureza institucional entre PT e PMDB. Quando o PT, em 2013, fez aquela temporada de diálogo com os partidos que davam sustentação ao Governo Dilma, a conversa com o PMDB não ocorreu, porque os peemedebistas, no Estado, estavam na administração do DEM. E temos um recorte claro aqui para participar das eleições de 2014: os partidos que dão sustentação ao governo Dilma e, ao mesmo tempo, que são oposição ao governo Rosalba.
Mas hoje há dificuldades com o PMDB no Rio Grande do Norte?
Não, atualmente, os projetos do PT não colidem com o do PMDB. A prioridade do PMDB no Rio Grande do Norte é o Governo. E a do PT, no campo da majoritária, é a vaga do Senado. Mas no plano local, as conversas institucionais não se realizaram ainda. A direção estadual do Partido dos Trabalhadores deve desencadear esse diálogo o mais rápido possível, provavelmente em fevereiro. E não só com o PMDB. Vamos conversar com o PDT, liderado pelo prefeito de Natal, Carlos Eduardo, e de Parnamirim, Maurício Marques. Com o PSD, liderado pelo vice-governador Robinson Faria, um dos pré-candidatos a governador. Vamos dialogar com o PC do B, um aliado histórico do PT no plano nacional. Enfim, com todos os partidos que tenham uma posição clara de compromisso com a reeleição da presidenta Dilma, para unificar um palanque que também seja bom para os objetivos do PT e de nossos aliados.
Há informações de bastidores, segundo as quais, o PSB pode pleitear a vaga do Senado nesta coligação. Como o PT reagiria?
O horizonte do PT está muito claro e definido. Na majoritária, a vaga do PT é o Senado. Esse projeto está sintonizado com a reeleição da presidenta Dilma. O PT, nacionalmente, tem como foco a reeleição da presidenta, associado ao desafio que é a expansão da presença congressual. Hoje somos a maior bancada na Câmara, 90 deputados federais. Mas, desta vez, queremos ousar e chegar em 2014 com a maior bancada possível de senadores e senadoras. Neste sentido, a decisão do PT do Rio Grande do Norte ter como prioridade a disputa do Senado está associado à tática do PT adotado no plano nacional.
Disto, então, o PT não abriria mão nas negociações para a formação de uma aliança?
Veja, uma candidatura do PT ao Senado não é um projeto pessoal. É um projeto que está inserido em uma perspectiva nacional, associado à reeleição da presidenta Dilma. Então, vamos perseguir e trabalhar nesta direção. Temos o aval da direção nacional, do ex-presidente Lula que se manifestaram publicamente. O PMDB é um parceiro muito importante. Afinal é o partido do vice-presidente da República, Michel Temer. A chapa do plano nacional está definida: Dilma Rousseff e Michel Temer. Mas vamos dialogar com os demais partidos da base aliada. Essas decisões se darão no plano nacional e local. E, por isso, vamos instaurar a discussão com o conjunto dos partidos.
Qual o parâmetro para a negociação?
É preciso sentar. Temos o cargo de governo, vice, senado, suplência, as candidaturas à Câmara e Assembleia. Vamos abertamente, todos os partidos, colocar suas pretensões legitimamente e construir um caminho para uma aliança. Não podemos brincar com o palanque da presidenta Dilma, no Rio Grande do Norte, de maneira nenhuma. Não vamos abrir brecha no palanque de Dilma para candidatos adversários, para candidatura do PSB ou do PSDB.
Essa é a única referência para as negociações?
O PT e o conjunto dos partidos aliados têm essa preocupação. Mas tudo isso sem deixar de lado o debate programático. Vivemos hoje o maior apagão político e administrativo da história do Rio Grande do Norte, e o DEM é o responsável por essa tragédia. Trata-se do único Governo do DEM no país e é está um fracasso. É importante escalar o time, mas ao lado de tudo isso, é fundamental a capacidade desse grupo e seus dirigentes de apresentarem ao Rio Grande do Norte um projeto audacioso, capaz de tirar o Estado do fundo do poço.
Mas o PT cogita um plano B, se houver impasse na discussões da vaga para o Senado, se outros partidos reivindicarem a vaga?
Não tem plano A, B ou C. Com a orientação da direção nacional do PT e do ex-presidente Lula, estamos trabalhando nesta realidade de concorrer a vaga do Senado, manter a representação na Câmara e ampliar a bancada da Assembleia. Se o PT tem um nome que as pesquisas apontam como competitivo, que agregou respaldo popular, em uma situação que o partido nunca teve, não tem motivo para se posicionar de forma diferente. Mas, claro, não vai impor nada. Vai pelo caminho do diálogo, do convencimento. E caberá à Direção Nacional todo o acompanhamento e coordenação na definição dos palanques. Nenhuma aliança, aqui ou em qualquer Estado, será homologada na Justiça Eleitoral sem o aval da Direção Nacional do PT, que terá um papel muito importante.
Se o PSB estiver na aliança, e o PT não ficar com a vaga do Senado, a senhora não vê possibilidade de ficar na coligação com o PMDB?
Como o PT trabalha nessa direção de disputar a vaga para o Senado, no campo da majoritária, evidente que, se essa equação não for, digamos, resolvida, o PT vai sair com outros parceiros, com outros aliados, dentro do arco que dá sustentação ao governo da presidenta Dilma. Claro que estamos falando aqui no debate que está posto, porque não temos decisões tomadas nem formadas. As decisões vão acontecer no momento oportuno. Temos um calendário interno. Haverá prazo para que qualquer filiado se apresente desejoso de disputar um cargo na majoritária e na proporcional. O PT terá esse cronograma. E há o calendário decisivo [da Justiça Eleitoral], quando se darão as convenções.
Pela primeira vez, com a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), há possibilidade de se romper a polarização do PT com o PSDB na disputa presidencial. Isso dificulta a campanha de Dilma Rousseff à reeleição?
Será uma campanha muito desafiadora, como foram todas as outras. Agora, sem nenhuma arrogância, com muita humildade, estou entre os que têm muita confiança no projeto de reeleição da presidenta Dilma. Não se trata de uma simples continuidade, mas sim renovar um mandato que promove mudanças e transformações sociais importantes, que têm mudado a vida do povo brasileiro. Portanto, é preciso avançar.
Mas essa “terceira via” não pode significar entraves à reeleição?
Acho que a presidenta Dilma, sem salto alto, vai ganhar a eleição, seja no primeiro ou no segundo turnos. Enquanto os governos Lula e Dilma têm um acervo de conquistas indiscutíveis que melhorou a vida do povo brasileiro, a oposição continua perdida, não conseguiu apresentar um projeto alternativo. Hoje a oposição aposta no catastrofismo, aposta para a inflação desembestar, para o desemprego aumentar, enfim para que o país não dê certo.
A senhora avalia que a oposição se limita ao “quanto pior, melhor”?
Ou então vive de reciclar programas importantes do Governo Federal. Dou como exemplo o Minha Casa Minha Vida, programa vigoroso de inclusão social, no campo da habitação. O país já contratou mais de três milhões de unidades habitacionais. No Rio Grande do Norte, já são 60 mil unidades entregues. Parnamirim foi o município que mais conveniou. Em Natal, com a gestão de Carlos Eduardo, está sendo retomado. Em Minas Gerais [estado governado pelo PSDB, partido de oposição], esse programa foi reciclado com o nome de Morar em Minas. O Fome Zero, tão reciclado pelos tucanos, que virou matriz do Bolsa Família, foi reciclado com o nome “Minas sem Fome”. E por aí vai... Então, a oposição não se apresenta com projeto viável e de caráter inovador. Ao contrário, tem cara de retrocesso, porque DEM e PSDB querem retomar a cartilha de aperto fiscal e colocar em risco avanços como política de valorização de salários-mínimos.
A senhora está decidida a concorrer ao Senado?
Isso não é um projeto pessoal. Trata-se de algo que está em discussão na militância do meu partido e tem o aval do PT norte-rio-grandense e nacional. Queremos também que seja discutido com nossos parceiros no plano local. Não vou negar que tenho, sim, esse sonho e quero realizá-lo. Isso, naturalmente, depende do povo do Rio Grande do Norte. Claro que tenho muita vontade. Assim como a população do Estado me deu a chance de representá-la por três mandatos consecutivos na Câmara dos Deputados, gostaria de ter a oportunidade do Senado. Sei que não é um desafio simples. Para nós, do PT, as coisas nunca foram fáceis, mas isso não nos intimida nem mete medo, ao contrário, instiga cada vez mais.
Não preocupa o risco de uma candidatura majoritária, na qual está em jogo apenas uma vaga?
Há doze anos tive que tomar uma decisão difícil que foi deixar de concorrer à renovação do mandato estadual, que todos avaliam como segura. Tive que ousar para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Inclusive o povo do Rio Grande do Norte me deu um resultado consagrador: fui a deputada federal mais votada em 2002. Fui a primeira representante federal que foge do modelo tradicional. Até então a Câmara dos Deputados era ocupada pela via do voto, mas só chegava lá quem tinha o DNA das famílias tradicionais ou candidaturas com forte poder econômico. Nem Djalma Maranhão tinha conseguido. Foi a primeira candidatura vitoriosa com perfil diferente, de esquerda. Mas não foi simples.
Para o Senado, a dificuldade é ainda maior?
O Senado, mais do que qualquer outro espaço na política brasileira, sempre foi reservado para ex-governadores, para políticos oriundos das famílias tradicionais ou para quem tem poder econômico. Vamos quebrar esse paradigma no Rio Grande do Norte? Esse é um bom debate.
Fonte: Tribuna do Norte