Segundo Ney Lopes, governadora abriria a vaga de senador e vice-governador para os peemedebistas
A indefinição na escolha do candidato do PMDB e as seguidas ausências
do atual nome defendido pela cúpula peemedebista, Fernando Bezerra, dá
margem as especulações em torno de quem será o adversário do
pré-candidato Robinson Faria, do PSD, na disputa pelo Governo do Estado
em 2014. E, nesta semana que a candidatura a reeleição da governadora
Rosalba Ciarlini, do DEM, ganhou força, o principal defensor dela, o
ex-deputado Ney Lopes, também democrata, foi a público apontar uma nova
possibilidade de chapa: Rosalba para o Governo e o PMDB indiciando os
nomes de vice-governador e Senador.
“Uma delas, diante da presumida recusa do ex-senador Fernando Bezerra
em disputar o governo do estado pelo PMDB, (fala-se nessa decisão já
comunicada à direção do partido), seria a abertura de novo diálogo
político do governo com o senador Garibaldi Alves e o deputado Henrique
Alves, que nunca agrediram a governadora após o afastamento político, e
mantiveram posição civilizada e elegante. Na hipótese de cogitar-se da
coligação com o PMDB e caso obtenha o aval do líder do DEM, senador José
Agripino, a governadora estaria disposta a oferecer os cargos de
vice-governador e senador”, afirmou Ney Lopes em contato com O Jornal de
Hoje.
É bem verdade que, apesar de aparentemente inviável, até porque o
ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, reafirmou nesta
semana que o partido terá candidato próprio, uma aliança com o PMDB,
defendida por Ney Lopes, principal defensor, hoje, de Rosalba Ciarlini,
deixa transparecer que esse pode ser, na verdade, o interesse da atual
governadora.
Tanto é assim que no início desta semana, Ney Lopes veio a público
defender o Governo Rosalba Ciarlini e dizer que, pelas obras e
conquistas que teve, ela poderia sim disputar a reeleição. O próprio
Ney, inclusive, poderia até ser o candidato ao Senado, caso não houvesse
outro nome para ocupar essa vaga. Neste novo contato com O Jornal de
Hoje, Ney Lopes acrescentou que o PMDB articularia a coligação com
outros partidos – já tem o apoio do PROS, PR, PDT e PV.
“Fala-se, até, na hipótese de uma emenda à Constituição estadual, que
ampliasse a competência do vice-governador, de forma que não houvesse
dúvida da responsabilidade e influência do indicado, na administração do
Estado, no próximo quadriênio”, analisou. Segundo Ney Lopes, essa
“fórmula” atenderia aos interesses do RN, sendo uma saída
supra-partidária e de efetiva preservação do interesse público.
“Não se pode negar, também, que o PMDB está em posição de inegável
influência nacional e estadual pela competência dos seus atuais líderes,
que projetam e enaltecem o estado. Mesmo assim, até hoje não lançou
chapa majoritária para 2014 no RN”, acrescentou. Porém, é bem verdade
que o PMDB deixou o Governo Rosalba não, apenas, por querer lançar o
candidato próprio. Deixou porque, segundo os próprios peemedebistas, a
gestão Rosalba era individualista, centralizadora e isolada.
A saída do partido deu início a um processo de fragmentação da base
aliada de Rosalba – perdeu o PR e quase 10 deputados estaduais. Além
disso, o isolamento do DEM fez com que o senador José Agripino Maia,
presidente nacional do partido, evitar falar em reeleição da
governadora, com o objetivo de facilitar a reeleição dos parlamentares
estaduais e federais (o filho dele, Felipe Maia) neste ano. Por isso
que, para Ney Lopes, com o aval do PMDB, o DEM receberia a autorização
de José Agripino para lançar a candidatura da governadora.
“Essa aliança já existiu no passado e não seria taxada de
‘oportunismo’ ou ‘chapão’, caso se reproduzisse em 2014. A forma de
concretizar o entendimento seria colocar publicamente em debate, antes
da eleição, numa ampla mesa de abertura política, os grandes desafios
administrativos, políticos e sociais que o RN enfrentará a partir de
2015. Não se trata de ‘acordão’, em busca de candidato único, de
consenso. Seria apenas entendimento prévio para buscar a governabilidade
futura do estado e garantir mais paz e prosperidade aos
norte-rio-grandenses”, analisou.
Ney Lopes: “Sem definição prévia de objetivos, RN será ingovernável”
Quando fala em no PMDB apoiar uma eventual reeleição de Rosalba
Ciarlini, o ex-deputado do DEM afirma que o interesse, com isso, não é,
exclusivamente, que o partido continue por mais quatro anos no poder.
Segundo ele, a intenção é ajudar o Rio Grande do Norte, fazendo uma rede
de alianças de partidos que têm tudo para fazer um projeto que possa
fazer o RN evoluir. Até porque os problemas pelos quais o Estado passa
hoje, não são consequências do Governo Rosalba Ciarlini.
“As dificuldades administrativas atuais no RN não existem por culpa
de Rosalba Ciarlini, mas da conjuntura econômico-financeira do país e do
mundo, que se reflete no estado. Os motivos que desfizeram a coligação
partidária de 2010, que elegeu Rosalba, foram decorrentes das
dificuldades administrativas enfrentadas pela governadora”, afirmou o
ex-deputado, acrescentando que “mesmo assim – inclusive com a ajuda do
PMDB – a governadora consegue chegar a 2014, sem escândalos e com obras
efetivas entregues à população. A sua reeleição não seria, portanto, um
projeto personalista, mas a certeza da continuidade administrativa, com
os ajustes que a ‘coligação’ achasse necessários pré-definir”.
Sendo assim, segundo Ney Lopes, os problemas atualmente na gestão não
representam um desgaste político de Rosalba. “Não se alegue
impopularidade do governo atual. Não há razões objetivas que justifiquem
tal premissa, salvo o desgaste natural de quem atrasa o funcionalismo,
não por autoflagelação política, mas pelas dificuldades que enfrenta no
dia a dia. O povo esclarecido do que realmente houve e das perspectivas
de superação futura, certamente apoiaria a fórmula impessoal e
consensual para gerir o estado, de agora por diante”, defendeu.
“Alguns chegam a demonizar o DEM, acusando o partido de não agregar.
Afinal, o que é agregar, senão confluir objetivos e idéias, com
honestidade de propósitos? Quem falseia, ou age de forma silente e
intramuros, como alguns partidos de oposição no RN, contribui para a
desagregação política e perde a autoridade de acusar outros partidos,
apenas pelo fato de não concordarem com eles”, acrescentou o
ex-parlamentar, uma das lideranças do Democratas no RN.
Segundo Ney Lopes, apontando essas situações como motivadoras dos
problemas do RN e estando Rosalba e o DEM isentos da culpa, os partidos
já poderiam fazer novamente uma reunião em torno da salvação do Estado.
“A verdade aceita por todos é que sem essa definição prévia de macro
objetivos, políticos e administrativas, o Rio Grande do Norte será
ingovernável. É fácil ser candidato a governador, com a discurso da
mesmice e a pouca criatividade de propor mudanças de gestão e
responsabilizar o DEM”, enfatizou.
Fonte: Jornal de Hoje