Câmara dos Deputados derruba Dilma, agora falta o Senado

Por 367 votos a favor e 137 contra, deputados federais decidem pela admissibilidade do processo de impedimento da presidente da República.
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Maioria absoluta da Câmara dos Deputados votou favorável ao impeachment da presidente Dilma e processo será analisado pelo Senado Federal.

Por 367 votos a favor e 137 contra, a Câmara dos Deputados decidiu pela admissibilidade do processo contra a presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Com o voto do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), a proposta foi aprovada às 23h07, antes mesmo do final da votação de hoje. O Plenário registrou ainda 7 abstenções e 2 ausências.


A votação teve início por volta das 17h30 deste domingo (17). Agora, caberá ao Senado julgar a denúncia contra a presidente. Uma eventual condenação no Plenário daquela Casa retira Dilma do cargo e a torna inelegível por oito anos.

A sessão foi tensa, iniciada com princípio de tumulto. Cada voto dos 511 deputados, estavam ausentes os deputados Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Clarissa Garotinho (PR-RJ), foi pontuado com comemorações de cada lado. O voto de número 342, mínimo para garantir o julgamento pelo Senado, foi celebrado à exaustão pelos partidários do impeachment, que tiveram apoio de deputados de 22 partidos. Apenas PSOL, PT, e PCdoB não deram votos à favor do impedimento da presidente Dilma.

A marca é celebrada pelos parlamentares pró-impeachment, que gritam e entoam palavras de ordem. Esses gritos de comemoração aconteceram a cada voto favorável, especialmente no caso de dissidentes de partidos aliados a Dilma.

A sessão de votação durou cerca 6 horas, mas todo o processo de discussão e votação do impeachment consumiu quase 53 horas.

Por motivos médicos, o primeiro deputado a votar na sessão da Câmara dos Deputados Washington Reis (PMDB-RJ). Ele votou a favor da abertura do processo de impeachment e teve que se ausentar logo em seguida.



Depois a votação seguiu na sequência previamente determinada, com a alternância entre os estados e regiões. Durante todo o pleito, a votação a favor do impeachment permaneceu à frente.O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi chamado para votar pelo 1º secretário da Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP). Ao votar, Cunha foi breve. “Que Deus tenha misericórdia desta Nação. Voto sim”, disse.

Conforme esperado, a maioria da bancada potiguar votou a favor do impeachment. Por 7 votos a 1, os parlamentares do Rio Grande do Norte foram breves em seus discursos. Zenaide Maia (PR) foi a única que se manifestou contrário ao processo contra a presidente Dilma. No Plenário, Zenaide justificou o voto "pelos avanços sociais" e criticou o vice-presidente da República e o presidente da Câmara. "Por saber que Eduardo Cunha e Michel Temer não é solução para o nosso país e pelas famílias brasileiras, eu voto não”, disse.
Fonte: Agência Câmara
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