Em entrevista ao Diário do Poder, senador diz que Dilma está 'sem credibilidade' para governar o Brasil
Senador Cristovam Buarque agora está no PPS. Foto: Geraldo Magela/Senado
Ex-ministro da Educação do governo Lula, ex-governador do Distrito Federal, e atualmente senador pelo PPS do DF, Cristovam Buarque é um parlamentar considerado importante no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que acaba de chegar no Senado.
Buarque deu entrevista ao Diário do Poder na manhã da última terça-feira, antes de entrar na sala de reuniões com o presidente da Casa, Renan Calheiros, e abordou os temas impeachment, novas eleições gerais, denúncias contra Renan e Eduardo Cunha, e possível candidatura dele à Presidência.
O senador Cristovam foi um dos indicados para a comissão que vai analisar o processo de Dilma.
Confira a entrevista exclusiva na íntegra:
- Agora que o processo de impeachment passou na Câmara, deverá ser mais rápido no Senado?
Com certeza. Principalmente porque somos menos parlamentares para decidir e o processo já veio todo acumulado com o que foi feito na Câmara.
- Qual sua posição a respeito desse impeachment?
Eu vou votar favorável à aceitação da abertura do processo. E no julgamento, se eu estiver convencido de que houve crime, votarei pelo impeachment. Se não estiver convencido, votarei contra o impeachment.
- Então o seu voto ainda não está decidido?
Não. Nem poderia. Porque o processo está chegando aqui agora, vai ser aberto, nós vamos ouvir as acusações, as defesas, vamos ter acesso a estudos... Eu mesmo estou pedindo estudos que não poderia pedir antes de ser aprovado lá (na Câmara). Então eu estou trabalhando na elaboração da minha posição.
- O senhor acha que o impeachment da presidente Dilma Rousseff é a solução ou as novas eleições gerais em outubro, conforme a campanha encabeçada pela Marina Silva (Rede), a qual o senhor fez parte do lançamento?
Eu defendo novas eleições porque é a única maneira de dar legitimidade ao próximo governo. Seja Dilma, se não passar o impeachment; seja Temer, se o impeachment passar. Mas nenhum dos dois têm legitimidade hoje para levar adiante um governo.
- O Temer tem posição forte para governar o Brasil?
Ele tem legalidade, porque é vice-presidente, e habilidade, mas carece de aceitação por parte da população. E é essa aceitação que dá legitimidade para ser um líder. E isso só uma eleição oferece.
- Se tiver novas eleições, o senhor sairá como candidato a presidente ou vice na chapa de Marina?
Isso não está na minha cabeça, não, e isso tem que ser uma posição partidária. E não sei qual a posição que meu partido está pensando.
- Mas se o seu partido (PPS) oferecer? O senhor aceita?
Eu estou pronto. Estou disposto. Mas eu não imagino para essa eleição não, se houver agora em 2016. Eu imagino para a eleição em 2018.
- De fato essas novas eleições gerais em outubro podem acontecer ou é muito difícil?
É muito difícil, mas pode acontecer. Pode ir pra frente, né? Na medida em que a crise se agrava cada vez mais, se havendo impeachment, se o Temer não conseguir conquistar a opinião pública, se não tiver impeachment e a Dilma continuar da maneira sem credibilidade que ela está, as eleições vão surgir como necessidade.
- Com a nova delação de Nestor Cerveró, de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PBDB-AL), recebeu propina de R$ 6 milhões, como fica essa situação dele presidir a Casa que vai julgar um crime de responsabilidade? O que o senhor acha disso?
Tanto ele (Renan Calheiros) quanto Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados) nessa situação geram um desconforto. Mas são os dois que estão nesse atual momento da história. E isso gera desconfiança, também, sobre como estamos conduzindo o processo. Mas é uma realidade. Eles foram eleitos, escolhidos, e não cobram condenados - ainda.
Senador Cristovam Buarque agora está no PPS. Foto: Geraldo Magela/Senado
Ex-ministro da Educação do governo Lula, ex-governador do Distrito Federal, e atualmente senador pelo PPS do DF, Cristovam Buarque é um parlamentar considerado importante no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que acaba de chegar no Senado.
Buarque deu entrevista ao Diário do Poder na manhã da última terça-feira, antes de entrar na sala de reuniões com o presidente da Casa, Renan Calheiros, e abordou os temas impeachment, novas eleições gerais, denúncias contra Renan e Eduardo Cunha, e possível candidatura dele à Presidência.
O senador Cristovam foi um dos indicados para a comissão que vai analisar o processo de Dilma.
Confira a entrevista exclusiva na íntegra:
- Agora que o processo de impeachment passou na Câmara, deverá ser mais rápido no Senado?
Com certeza. Principalmente porque somos menos parlamentares para decidir e o processo já veio todo acumulado com o que foi feito na Câmara.
- Qual sua posição a respeito desse impeachment?
Eu vou votar favorável à aceitação da abertura do processo. E no julgamento, se eu estiver convencido de que houve crime, votarei pelo impeachment. Se não estiver convencido, votarei contra o impeachment.
- Então o seu voto ainda não está decidido?
Não. Nem poderia. Porque o processo está chegando aqui agora, vai ser aberto, nós vamos ouvir as acusações, as defesas, vamos ter acesso a estudos... Eu mesmo estou pedindo estudos que não poderia pedir antes de ser aprovado lá (na Câmara). Então eu estou trabalhando na elaboração da minha posição.
- O senhor acha que o impeachment da presidente Dilma Rousseff é a solução ou as novas eleições gerais em outubro, conforme a campanha encabeçada pela Marina Silva (Rede), a qual o senhor fez parte do lançamento?
Eu defendo novas eleições porque é a única maneira de dar legitimidade ao próximo governo. Seja Dilma, se não passar o impeachment; seja Temer, se o impeachment passar. Mas nenhum dos dois têm legitimidade hoje para levar adiante um governo.
- O Temer tem posição forte para governar o Brasil?
Ele tem legalidade, porque é vice-presidente, e habilidade, mas carece de aceitação por parte da população. E é essa aceitação que dá legitimidade para ser um líder. E isso só uma eleição oferece.
- Se tiver novas eleições, o senhor sairá como candidato a presidente ou vice na chapa de Marina?
Isso não está na minha cabeça, não, e isso tem que ser uma posição partidária. E não sei qual a posição que meu partido está pensando.
- Mas se o seu partido (PPS) oferecer? O senhor aceita?
Eu estou pronto. Estou disposto. Mas eu não imagino para essa eleição não, se houver agora em 2016. Eu imagino para a eleição em 2018.
- De fato essas novas eleições gerais em outubro podem acontecer ou é muito difícil?
É muito difícil, mas pode acontecer. Pode ir pra frente, né? Na medida em que a crise se agrava cada vez mais, se havendo impeachment, se o Temer não conseguir conquistar a opinião pública, se não tiver impeachment e a Dilma continuar da maneira sem credibilidade que ela está, as eleições vão surgir como necessidade.
- Com a nova delação de Nestor Cerveró, de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PBDB-AL), recebeu propina de R$ 6 milhões, como fica essa situação dele presidir a Casa que vai julgar um crime de responsabilidade? O que o senhor acha disso?
Tanto ele (Renan Calheiros) quanto Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados) nessa situação geram um desconforto. Mas são os dois que estão nesse atual momento da história. E isso gera desconfiança, também, sobre como estamos conduzindo o processo. Mas é uma realidade. Eles foram eleitos, escolhidos, e não cobram condenados - ainda.
Fonte: Diário do Poder
0 Comments:
Postar um comentário