GREVE DA UERN CONTINUA POR TEMPO INDETERMINADO


ASSEMBLEIA DOS PROFESSORES REALIZADA ONTEM

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte passa por um momento de luta na busca por melhorias A movimentação, intitulada "Uern em Debate", reuniu a sociedade organizada e a comunidade acadêmica na manhã de ontem  11, no pátio da reitoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, localizada no Centro. De acordo com os organizadores do movimento, o objetivo do encontro foi discutir o atual momento vivenciado pela instituição. "Não podemos calar diante da inércia do governo do estado em permanecer irredutível às questões da universidade", destacou Rita de Cássia Negreiros, presidente do Sindicato dos Técnicos Administrativos da Uern.


O ato, que faz parte da agenda de mobilização da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Aduern, do Sindicato dos Técnicos Administrativos da Uern, Sintauern e do Diretório Central dos Estudantes da Uern, DCE, foi considerado pelos presentes como um grande passo na discussão dos problemas da Uern. "O grande feito desse dia é discutir com a sociedade acadêmica os problemas da instituição e ao mesmo tempo buscar apoio da sociedade em torno do nosso movimento que se torna cada vez mais forte", destacou o presidente da Associação dos Docentes da Uern, Flaubert Torquato.
No dia do estudante, o presidente do Diretório Central dos Estudantes da Uern, Petrônio Andrade, disse, em seu discurso, que a categoria não tem muito o que comemorar, mas que tem conseguido alguns avanços na luta. "A greve da Uern serviu para revitalizar o movimento estudantil em nossa cidade. Hoje estamos mais fortes. Ainda não temos o que comemorar nesse dia do estudante, mas acredito que, com muita luta, iremos chegar aos nossos objetivos, que nada mais é do que uma universidade pública e que proporcione ao estudante carente a possibilidade de ter uma profissão", destacou.
O reitor em exercício, Aécio Cândido, falou dos números e se posicionou contrário a greve. "Acho que as reivindicações dos três segmentos da Uern são justíssimas. O que eu questiono é a forma como estão sendo feitas essas reivindicações. Será que a greve é o melhor caminho? Eu entendo que não!", posicionou-se o reitor. Ele disse ainda, que mesmo não concordando com o movimento, a reitoria tem agido como interlocutor do movimento, junto ao governo do estado. "Estamos procurando atuar como intermediador das negociações. Temos tido um diálogo freqüente com o governo do estado, como forma de achar um denominador comum para a solução desse problema", ressaltou.
O vice-presidente da Aduern, Neto Vale, avaliou o movimento como positivo e destacou a união e o fortalecimento da categoria em torno do movimento grevista. "Hoje conseguimos mobilizar não só a academia e sim vários segmentos da sociedade. A partir daqui começa a se desenhar como será o nosso relacionamento com o estado. Precisamos que o governo do estado reconheça a importância que essa universidade tem para o desenvolvimento intelectual do nosso estado", destacou.
Um abaixo-assinado começou a ser recolhido durante a movimentação e prosseguirá por outros eventos que estão sendo pensados pela comissão de greve. "Esse abaixo assinado é um documento que vai comprovar para o governo do estado, que a sociedade de Mossoró e região apóia as nossas reivindicações e que não vai fechar os olhos para a falta de respeito que o governo vem tendo com a nossa instituição", informou Flaubert Torquato.
Retaliações
Ainda de acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Uern, Flaubert Torquato, as retaliações contra os grevistas já começaram. Desde a última terça-feira, 9, mais de 160 professores substitutos estão sendo convocados para reincidir os contratos com a instituição. Flaubert denuncia a decisão administrativa como pura retaliação ao movimento. "Uma ação truculenta que está sendo considerada administrativa, mas que sabemos que é o começo de uma retaliação ao nosso movimento. Ações como essas só fortalecem o nosso movimento. Como sindicato, já acionamos o nosso setor jurídico que vai agir em defesa desses servidores", denunciou.
Sobre o assunto, o reitor em exercício informou que a medida foi apenas e tão somente administrativa. Segundo ele, o contrato era para que esses professores ministrassem aulas ao discentes. "Como o serviço não está sendo prestado há mais de dois meses, foi necessário que o contrato desses servidores fosse reincidido. Essa é uma questão lógica. Até por que temos que prestar contas ao Ministério Público e não teríamos como justificar o pagamento dessas aulas que não estão sendo ministradas", justificou.
O comando de greve da Aduern agenda para hoje  uma reunião que definirá as novas ações dos grevistas.





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