Arlindo Garrote, com prisão decretada, negocia apresentação |
A ex-prefeita de Estrela de Alagoas, Ângela Garrote, presa na tarde
desta quarta-feira (23) por fazer parte de um esquema que desviou quase
R$ 1 milhão da prefeitura, não quis se submeter a exame de corpo de
delito no IML de Maceió, para não se expor à imprensa. Na Delegacia
Geral de Polícia, no bairro de Jacarecica, ela assinou um termo de
responsabilidade dispensando o exame e foi encaminhada, em uma
caminhonete Blazer escura, para a Casa de Custódia, no bairro do
Jacintinho.
A ex-prefeita recebeu voz de prisão de uma equipe da Divisão Especial
de Investigação e Captura (Deic), da Polícia Civil, na orla da
Pajuçara, quando estacionava seu veículo, um carro branco, nas
imediações da agência do Banco Itaú.
Arlindo Garrote da Silva Neto, atual prefeito do município de Estrela
de Alagoas empossado em 1º de janeiro, e mais cinco ex-secretários
municipais foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) por
sete crimes previstos no Código Penal Brasileiro, entre eles peculato,
falsidade de documento público e formação de quadrilha. As informações
são da assessoria de comunicação do MPE.
O prefeito é acusado de ser o líder de uma organização criminosa que
desviou, segundo o MPE, quase R$ 1 milhão dos cofres públicos. Com base
nas acusações apontadas pela Procuradoria-Geral de Justiça, foram
pedidas as prisões de todos os envolvidos no esquema e, atendendo à
solicitação do MPE, a presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas
expediu os mandados de prisão, que estão sendo cumpridos pela Polícia
Civil. Arlindo Garrote e e os demais ex-secretários que ainda não foram
presos estão negociando a apresentação.
As investigações são relativas aos anos de 2009, 2010 e 2011 e se
referem a fraudes em processos licitatórios para obras que deveriam ter
sido executadas para ampliação e melhoramento da infraestrutura da rede
viária, da Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de
Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Econômico, Secretaria
Municipal de Obras, Viação e Urbanismo e Secretaria Municipal de
Serviços Públicos e Meio Ambiente.
“Os pagamentos foram dolosamente manipulados e fraudados, em acintosa
afronta às disposições que regulamentam as despesas públicas”, diz
trecho da denúncia ofertada pelo procurador-geral de Justiça Sérgio Jucá
e subscrita pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas
(Gecoc) do MPE.
O prefeito de Estrela de Alagoas, Arlindo Garrote da Silva Neto, que à
época acumulava os cargos de secretário-geral de Governo e secretário
de Administração e Finanças de Estrela de Alagoas, responde pela
acusação de chefiar uma quadrilha que cometeu os crimes de peculato,
peculato furto, falsidade ideológica, falsificação de documento
particular, falsificação de documentos públicos, uso de documento falso e
formação de quadrilha.
Figuram também como denunciados Ângela Maria Lira de Jesus Garrote,
ou simplesmente Ângela Garrote, então secretária-geral de Governo;
Washington Laurentino dos Santos, ex-secretário de Administração e
Finanças; José Teixeira de Oliveira, à época secretário de Abastecimento
e Desenvolvimento Econômico; Djalma Lira de Jesus, ex-secretário de
Urbanismo, Serviços Públicos e Meio Ambiente; e Marcos André Barbosa,
ex-gestor da Secretaria de Saúde. Todos são acusados de desviar R$
980.798,11 da Prefeitura de Estrela de Alagoas.
Fonte: Uol