Por Carlos Chagas
Tem
várias leituras a badalada e amplamente fotografada reunião do Lula
na prefeitura de São Paulo, com Fernando Haddad e todos os secretários.
Uma homenagem que o prefeito entendeu prestar a quem o elegeu? Um sinal
de submissão ao primeiro-companheiro? A evidência de quem realmente
manda na maior cidade do país? A impressão de que permanecendo no
centro do palco, o ex-presidente prepara-se para voltar em 2014? Mais um
erro de marketing? Vaidade?
Tanto
faz. O importante é ver o Lula se posicionando. Seus objetivos
ainda não são claros. Ao longo dos últimos dois anos, encontrou-se
muitas vezes com a presidente Dilma, que sempre foi ao seu
encontro. Na rara ocasião em que veio a Brasília, não houve
fotografia, muito menos reunião com o ministério. É óbvio, porém, que
opinou e ainda opina a respeito do governo da sucessora. Fez e
continuará fazendo ministros, bem como indicando rumos e diretrizes.
Quem
quiser que arrisque um palpite, mas substancial parcela do PT está em
festa. Muita gente, no partido, trabalha para o retorno imediato do
chefe.
ANTES E DEPOIS DA HORA
Na
presidência da República, o marechal Castello Branco incomodou-se com a
precipitação de Carlos Lacerda em antecipar a sucessão. Mandou-lhe
incisivo recado: “antes da hora não é hora”. O frustrado candidato
respondeu que depois da hora também não era hora.
Para
a presidente Dilma Rousseff, 2013 não é hora de cuidar das eleições,
muito menos de sua reeleição. O problema é que para o ex-presidente
Lula, 2014 poderá ser depois da hora.
Fonte: Cláudio Humberto