Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS),
classificou hoje (9) de “absurda” a possibilidade de abertura de
investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que,
segundo o publicitário Marcos Valério, teve despesas pessoais pagas
pelo esquema que ficou conhecido como mensalão.
“É um tema exaustivamente investigado: teve uma CPI [comissão
parlamentar de inquérito] que tratou do assunto e o investigou à
exaustão. Ao mesmo tempo, o STF [Supremo Tribunal Federal] já
investigou, em várias oportunidades, se houve envolvimento do presidente
Lula e isso foi completamente rechaçado”, disse Maia. Segundo ele, não
há fato novo que justifique a abertura de investigação contra o
ex-presidente. “Todas as pessoas que tinham algum tipo de envolvimento
já foram investigadas e tiveram suas vidas devassadas por esse
processo."
Além disso, Marcos Valério não é uma fonte confiável, afirmou o
deputado. "Uma pessoa condenada, que está buscando criar um fato
político que possa atenuar sua condição. O prudente é mandar isso para o
arquivo.”
Em sua edição de hoje (9), o jornal O Estado de S. Paulo
diz que, com base em depoimento de Marcos Valério, o Ministério Público
Federal investigará se houve envolvimento de Lula com o esquema.
Apontado como operador do mensalão, Valério foi condenado a mais de 40
anos de prisão pelo STF. De acordo com o jornal, o caso seria remetido à
primeira instância, já que o ex-presidente não tem mais foro
privilegiado. Com isso, a denúncia poderia ser apurada pelo Ministério
Público Federal em São Paulo, em Brasília ou em Minas Gerais.
Em nota, a Secretaria de Comunicação do Ministério Público Federal
negou a informação e disse que o procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, ainda não iniciou a análise do depoimento de Marcos Valério,
pois aguardava o término do julgamento da Ação Penal 470 (processo do
mensalão) no STF.
Edição: Nádia Franco - Agência Brasil