El País
“Nem rechaço nem
aceito [novas eleições em outubro]. Eu acho que é uma proposta. Convença a Câmara
e o Senado a abrir mão dos seus mandatos. Aí vem conversar”, respondeu a
presidenta Dilma Rousseff a jornalistas em evento na Base Aérea de Brasília
nesta terça-feira.
Dilma falou em tom de ironia, mas o
fato de não ter descartado a ideia — ao contrário do que faz sempre que
questionada sobre a possibilidade de renunciar — é um dos sinais de que o
mundo político brasileiro passou a considerar uma nova eleição, presidencial ou
geral, como solução para a atual crise.
“Seis meses atrás, essa ideia não
seria entendida por ninguém. As ideias têm seu momento. Quando essa ideia fica
a favor do espírito do tempo, ninguém segura mais”, resumiu o senador Cristóvam
Buarque (PPS-DF), um aspirante à Presidência da República, durante reunião
promovida pela Rede Sustentabilidade para defender a realização de novas
eleições.
No encontro, que tinha a ex-ministra
e ex-senadora Marina Silva como estrela, membros da Rede e de partidos como PPS
e PPL relembraram o movimento das Diretas Já, que defendeu eleições diretas em
1984, para endossar a proposta de um novo pleito.
Nesta quarta-feira, o STF deve pautar
ação que questiona se é possível trocar o sistema presidencialista pelo parlamentarismo por meio de uma emenda à
Constituição, sem consulta popular, ao contrário do que foi feito em 1993.
A ação foi proposta em 1997 e, após
passar pelas mãos de vários ministros, enfim deve ir a julgamento, não sem
polêmica por causa do timing.
Parte do mundo político enxerga no
parlamentarismo a solução para os problemas impostos pelo presidencialismo de
coalizão e expostos pela crise atual.
Mais uma vez, caberá ao STF dizer se
a alternativa imaginada é possível.
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