Com o término da Semana Santa, a presidente
Dilma Rousseff terá que retomar uma pauta bem indigesta: a negociação de
cargos do primeiro escalão com os partidos aliados. É a chamada
política do toma-lá-dá-cá. Nas primeiras mudanças, Dilma fortaleceu o
PMDB e o PDT, atendendo as exigências feitas pelas bancadas. Resta saber
se agora ela fará o mesmo com demais partidos que estão insatisfeitos.
A principal dúvida é em relação ao PR. O Planalto já comunicou que
Dilma vai conversar com o partido, que foi o primeiro a ser incluído na
faxina de 2011. Antes mesmo do encontro, já há um impasse: a bancada
quer indicar um deputado, mas o Planalto já avisou ao PR que tem
preferência pelo nome do ex-governador da Bahia, César Borges. Com a
nova temporada de negociações, o PTB também já avisou que deseja um
cargo na Esplanada dos Ministérios.
Por enquanto, a única coisa que parece certa para o Planalto é o
convite ao vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, do
PSD, para ocupar a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Será o 39º
ministério do governo. Ao convidar Afif, Dilma quer fazer uma aliança
informal com o PSD.
O PT faz um cálculo pragmático: é melhor trazer essas legendas para a
base governista para garantir um tempo ainda maior de televisão, em
2014. E com isso, esvaziar as demais candidaturas, especialmente a do
governador Eduardo Campos, do PSB. Mas com popularidade elevada, resta
saber se Dilma pretende entrar de fato numa agenda que ela mesma
considera negativa.
G1