Ministros entregam a Renan proposta do governo de combate à corrupção

Cardozo e Vargas se reuniram com o presidente do Senado nesta terça.
Apresentação de texto pelo Executivo ocorrerá na quarta em cerimônia.

Os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e das Relações Institucionais, Pepe Vargas, apresentaram na tarde desta terça-feira (17) ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), as propostas do pacote de medidas de combate à corrupção que o governo federal pretende encaminhar ainda nesta semana para o Congresso Nacional.
Segundo Cardozo, as propostas também serão apresentadas para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ainda nesta terça. A previsão é de que a presidente Dilma Rousseff apresente o pacote em cerimônia no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (18) e encaminhe em seguida ao Congresso Nacional.
"Há uma clara propensão do governo, conforme nós temos dito e a presidenta disse, ao diálogo. E acho que nesse momento é muito importante que nós façamos diálogo com as forças políticas do Congresso Nacional, sejam elas governistas, sejam elas oposicionistas, com as forças vivas da sociedade", disse."Nós tivemos a oportunidade de apresentar ao presidente do Senado, senador Renan [Calheiros], as propostas que serão amanhã também apresentadas pela presidente da República no que diz respeito ao combate à corrupção e à impunidade", disse Cardozo após o encontro.
"O presidente tomou conhecimento das propostas, mostrou simpatia por aquilo que nós estamos apresentando e tenho certeza de que o diálogo em torno dessas propostas fluirá de forma bastante eficiente aqui no Senado", completou.

Mais cedo, o vice-presidente da República, Michel Temer, ofereceu um café da manhã em sua residência oficial, para debater com ministros e líderes da base governista na Câmara detalhes do pacote anticorrupção. No encontro, o vice coletou sugestões dos aliados para a proposta.

'Propensão ao diálogo'
Após a reunião com Renan Calheiros, ao ser questionado se o encontro antes do envio das propostas ao Congresso seria uma "nova forma de governar", Cardozo afirmou que há uma "clara propensão" ao diálogo. No último dia 3, o presidente do Senado devolveu ao Executivo uma medida provisória que trata da desoneração da folha de pagamento das empresas. Na ocasião, o senador se queixou da falta de diálogo do governo com o Legislativo.
"As medidas de combate à corrupção não se encerram nessas. Elas devem abarcar outras propostas, outras iniciativas, e nós vamos dialogar com todas as forças políticas", ressaltou.

Ao deixar o encontro, o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que achou o texto apresentado pelos ministros "bom", mas ressaltou que o Senado votou um pacote de matérias relacionadas ao combate à corrupção após as manifestações de junho de 2013. "É importante o protagonismo do governo para que este pacote ande na Câmara dos Deputados. Do ponto de vista do Senado, nós vamos fazer isso com muito prazer", destacou.

Resposta às manifestações
O pacote anticorrupção é a principal aposta do Executivo para atender às cobranças de parte da população aos recentes escândalos de corrupção, como o esquema que desviava dinheiro da Petrobras. No último domingo (15), ao final das manifestações que levaram milhares de brasileiros para as ruas para protestar contra a presidente Dilma Rousseff, o governo anunciou que apresentaria uma série de propostas nos próximos dias.
Indagado sobre algumas das propostas de Dilma para o combate à corrupção que tramitam no Congresso e que não avançaram nas duas Casas, Cardozo disse que "agora vai".
"Com apoio da sociedade, e na construção de consensos. Eu acho que ninguém quer deixar de combater a corrupção, de combater a impunidade porque as pessoas não conseguem chegar a convergências. O que se espera dos homens e mulheres que atuam na vida pública brasileira é que tenham o senso de atender o que a sociedade exige", concluiu.
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