O Supremo Tribunal Federal abriu inquérito para apurar o envolvimento de
deputados federais na Operação Fratelli, deflagrada em abril deste ano e
que trouxe à tona esquema de fraudes em licitações públicas conhecido
como "máfia do asfalto".
Segundo os promotores, há indícios de pagamentos de propina aos parlamentares.
O procedimento foi instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Ontem, reportagem de "O Estado de S. Paulo" mostrou uma planilha que
indicava o pagamento de R$ 3 milhões a pelo menos dez políticos.
A Folha teve acesso a outra planilha, encontrada na casa de
Olívio Scamatti, que também aponta pagamento de propina. Scamatti é tido
pelo Ministério Público como chefe do esquema.
Na planilha há nomes de deputados estaduais e federais citados em outros
momentos da investigação realizada pelos Ministério Público Federal e
Estadual, além da Polícia Federal.
A soma dos valores listados na planilha chega a R$ 12,1 milhões, sendo que R$ 1,61 milhão seria destinado a políticos.
Aparecem na lista obtida pela Folha e na planilha divulgada ontem
pelo "Estado" menções aos deputados federais Arlindo Chinaglia, Devanir
Ribeiro (ambos do PT), Jefferson Campos (PSD) e Otoniel Lima (PRB).
Na lista da Folha, porém, aparece ainda o nome de Cândido Vaccarezza (PT).
Também são citados nas duas listas os deputados estaduais Carlos Cezar
(PSB), Ênio Tatto e João Antônio (ambos do PT), além dos prefeitos
Donisete Braga (PT), de Mauá, e Geraldo Vinholi (PSDB), de Catanduva.
João Antônio é também secretário do prefeito de São Paulo, Fernando
Haddad (PT).
Ouvidos pela Folha, eles negaram envolvimento com as supostas irregularidades.
Fonte: Folha de SP