O blogue do Josias de Sousa revelou que o
ex-presidente Lula retomou as rédeas da articulação do conglomerado
partidário pró-reeleição de Dilma Rousseff. Nesta sexta-feira (18),
chamou o vice-presidente Michel Temer para uma conversa no instituto que
leva o seu nome, em São Paulo. Ouviu dele um relato pouco
tranquilizador sobre as ameaças à solidez da coligação governista. O
PMDB de Temer antevê um final de ano turbulento.
Deve-se a inquietação ao entroncamento de duas encrencas. Juntaram-se
no calendário a troca de 12 ministros em dezembro e a deflagração do
processo de formação dos palanques estaduais. Na avaliação de Temer e
seu grupo, há ruídos demais em torno desses dois assuntos. Avalia-se
que, se não forem silenciados, esses rumores podem ameaçar a higidez do
projeto.
Quanto à reforma da Esplanada, o que tira o sossego do PMDB é a
suposta intenção de Dilma de substituir por técnicos os ministros que
deixarão os cargos para pedir votos em 2014. No quadro esboçado por
Temer, o desassossego não se restringe ao PMDB. Espraia-se por todo o
condomínio.
Em relação às composições estaduais, o PMDB se queixa da falta de
generosidade do PT. Um integrante do grupo de Temer resumiu a cena: “O
PT não pode querer eleger a presidente da República, continuar
controlando 19 ministérios e ainda querer brigar com os partidos aliados
nos Estados”.
Fonte: Robson Pires