São Paulo (AE/ABr) - A correção das redações do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) - centro de controvérsias nas edições passadas - já
enfrentou três ações civis públicas neste ano. O exame começa amanhã, e
7,1 milhões de participantes são esperados. As ações propostas pelo
Ministério Público Federal (MPF) no Ceará e pela Defensoria Pública do
Rio pedem, além do acesso à correção, direito a recurso para mudar a
nota - o que é vetado pelo edital do Enem, assim como ocorre em outros
vestibulares. Desde 2012, o exame tem vista da redação, com detalhe das
notas de cada uma das cinco competências. O acesso é só para fim
pedagógico.
Luiz Claudio Costa destaca medidas para aprimorar o Enem
Em
dois processos, o governo conseguiu tutela antecipada e, em outro, uma
liminar contrária ao Enem foi cassada em segunda instância. Desde 2009,
foram 13 ações civis públicas contra o exame. O presidente do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Claudio Costa,
diz que houve grande avanço nesse ponto da prova. “Prefiro pensar que
essas ações foram uma onda, que estamos superando”, diz ele. “O ponto
principal é que aprimoramos.”
Costa cita a mudança no edital para anular redações com deboche, como a que trazia uma receita de macarrão instantâneo, aumento do tempo de treinamento da equipe e novos critérios para corretores. Agora, os textos seguem para a terceira correção caso haja diferença de cem pontos nas duas primeiras leituras - antes, eram 200 (em escala de 1 mil). Discrepância de 80 pontos nas competências também resulta em outra correção.
O professor de Letras Benedito Antunes, da Unesp, diz que o grande número de textos é um desafio. “Com todos numa sala, é mais fácil ajustar o trabalho dos corretores”, diz. No Enem, eles trabalham de casa. “Mas a matriz com os critérios a serem avaliados é muito boa.”
Desaceleração
Nesta reta final, professores recomendam desacelerar o ritmo de estudos e relaxar para chegar no dia do exame com a cabeça descansada. O professor de história Paulo Eduardo dos Santos, do Colégio Garriga de Menezes, do Rio de Janeiro, diz que o candidato pode até aproveitar os últimos dias que antecedem a prova para repassar conteúdos de disciplinas em que tenha dificuldade, mas sem exagero. “Não adianta pensar que no último dia tem que resolver tudo, tem que fazer todos os exercícios e no dia seguinte ir para a prova morto”, acrescenta.
Para a véspera, ele sugere que os estudantes descansem dos meses seguidos de preparação, pois vão enfrentar dez horas de provas durante os dois dias do Enem. “A sexta tem que ser para descansar, relaxar, não estudar, porque a tendência de você estudar em cima da hora da prova é embolar os conteúdos, ficar com medo e achar que sabe menos do que sabe de verdade. Cria uma ansiedade que vai te prejudicar na prova no dia seguinte”.
A mesma avaliação é feita pelo professor de química José Maurício Vieira dos Santos, do Sistema Elite de Ensino, do Rio de Janeiro. Para ele, o estudante tem que se “desconectar” do estudo antes da prova. “É melhor que ele vá ao cinema, nadar, jogar bola e desconecte, saia do ar um pouco porque se ele se preparou o ano todo como se deve, ele está cansado e precisa se desconectar umas 72 horas, 48 horas, antes da prova”. Outra dica é que os candidatos mantenham a rotina no dia anterior ao da prova para que o organismo não estranhe.
Metas diferentes entre extremos no ensino de SP
São Paulo (AE) - A preparação das escolas que obtiveram a maior e a menor média em São Paulo no Enem de 2011 - o último com dados divulgados - mostra os esforços de um lado para sair da última posição e do outro para permanecer no primeiro lugar. Enquanto no Colégio Objetivo Integrado as aulas são em tempo integral e os alunos fazem provas similares ao Enem desde o 1º ano do ensino médio, na Escola Estadual Aquilino Ribeiro, em Guaianases, os professores ainda precisam explicar a importância do exame.
No Objetivo Integrado, TVs anunciam a melhor média do País no Enem de 2011. O colégio é direcionado a alunos “olímpicos”, que concorrem em competições de conhecimento. Os 44 alunos do 3.º ano do ensino médio farão o Enem. Eles têm entre 16 e 17 anos e se dedicam integralmente aos estudos. A mensalidade custa R$ 1 973. “Não há divisão por nota, mas os alunos que procuram ensino integral já são seres humanos diferenciados”, diz a coordenadora, Vera Antunes.
Neste ano, a escola fez quatro simulados para o exame, além de duas provas por bimestre que valem nota, nos mesmos moldes do Enem. Já no Aquilino Ribeiro, os alunos trabalham e ainda não têm “sede pela universidade”, segundo a diretora, Maria Tereza de Almeida, para justificar a baixa adesão ao exame nacional. São 151 alunos no último ano do ensino médio - todos no período noturno - e somente 30 devem fazer o Enem. Não houve simulado.
Costa cita a mudança no edital para anular redações com deboche, como a que trazia uma receita de macarrão instantâneo, aumento do tempo de treinamento da equipe e novos critérios para corretores. Agora, os textos seguem para a terceira correção caso haja diferença de cem pontos nas duas primeiras leituras - antes, eram 200 (em escala de 1 mil). Discrepância de 80 pontos nas competências também resulta em outra correção.
O professor de Letras Benedito Antunes, da Unesp, diz que o grande número de textos é um desafio. “Com todos numa sala, é mais fácil ajustar o trabalho dos corretores”, diz. No Enem, eles trabalham de casa. “Mas a matriz com os critérios a serem avaliados é muito boa.”
Desaceleração
Nesta reta final, professores recomendam desacelerar o ritmo de estudos e relaxar para chegar no dia do exame com a cabeça descansada. O professor de história Paulo Eduardo dos Santos, do Colégio Garriga de Menezes, do Rio de Janeiro, diz que o candidato pode até aproveitar os últimos dias que antecedem a prova para repassar conteúdos de disciplinas em que tenha dificuldade, mas sem exagero. “Não adianta pensar que no último dia tem que resolver tudo, tem que fazer todos os exercícios e no dia seguinte ir para a prova morto”, acrescenta.
Para a véspera, ele sugere que os estudantes descansem dos meses seguidos de preparação, pois vão enfrentar dez horas de provas durante os dois dias do Enem. “A sexta tem que ser para descansar, relaxar, não estudar, porque a tendência de você estudar em cima da hora da prova é embolar os conteúdos, ficar com medo e achar que sabe menos do que sabe de verdade. Cria uma ansiedade que vai te prejudicar na prova no dia seguinte”.
A mesma avaliação é feita pelo professor de química José Maurício Vieira dos Santos, do Sistema Elite de Ensino, do Rio de Janeiro. Para ele, o estudante tem que se “desconectar” do estudo antes da prova. “É melhor que ele vá ao cinema, nadar, jogar bola e desconecte, saia do ar um pouco porque se ele se preparou o ano todo como se deve, ele está cansado e precisa se desconectar umas 72 horas, 48 horas, antes da prova”. Outra dica é que os candidatos mantenham a rotina no dia anterior ao da prova para que o organismo não estranhe.
Metas diferentes entre extremos no ensino de SP
São Paulo (AE) - A preparação das escolas que obtiveram a maior e a menor média em São Paulo no Enem de 2011 - o último com dados divulgados - mostra os esforços de um lado para sair da última posição e do outro para permanecer no primeiro lugar. Enquanto no Colégio Objetivo Integrado as aulas são em tempo integral e os alunos fazem provas similares ao Enem desde o 1º ano do ensino médio, na Escola Estadual Aquilino Ribeiro, em Guaianases, os professores ainda precisam explicar a importância do exame.
No Objetivo Integrado, TVs anunciam a melhor média do País no Enem de 2011. O colégio é direcionado a alunos “olímpicos”, que concorrem em competições de conhecimento. Os 44 alunos do 3.º ano do ensino médio farão o Enem. Eles têm entre 16 e 17 anos e se dedicam integralmente aos estudos. A mensalidade custa R$ 1 973. “Não há divisão por nota, mas os alunos que procuram ensino integral já são seres humanos diferenciados”, diz a coordenadora, Vera Antunes.
Neste ano, a escola fez quatro simulados para o exame, além de duas provas por bimestre que valem nota, nos mesmos moldes do Enem. Já no Aquilino Ribeiro, os alunos trabalham e ainda não têm “sede pela universidade”, segundo a diretora, Maria Tereza de Almeida, para justificar a baixa adesão ao exame nacional. São 151 alunos no último ano do ensino médio - todos no período noturno - e somente 30 devem fazer o Enem. Não houve simulado.