A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva voltou a
criticar nesta terça-feira, 15, o presidencialismo de coalizão, no qual o
governo lotearia cargos em troca de apoio no Congresso. Para Marina,
com o atual sistema, a presidente Dilma Rousseff é “chantageada” a
entregar pastas para manter seu quadro de alianças.
“Eu não consigo imaginar que a presidente Dilma possa se sentir
tranquila em mais quatro anos sendo chantageada dentro do Congresso. O
meu movimento e o do Eduardo já criou um grupo que está pressionando a
presidente para que, se não houver mais acenos, eles podem sair da base.
Eu acho isso um horror. Isso tem que acabar”, afirmou.
A declaração foi dada durante entrevista ao Programa do Jô, da Rede
Globo, que vai ao ar na madrugada desta quarta-feira, 16. Marina, que
foi ministra do Meio Ambiente durante cinco anos no governo Lula,
defendeu que é preciso que os governantes tenham um projeto de País e
não de poder, para que os projetos não mudem a cada troca de governo.
Ao falar da aliança com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo
Campos, a ex-ministra disse que o líder do DEM na Câmara, deputado
Ronaldo Caiado, foi coerente ao pedir para desfazer o acordo que havia
feito de apoiar a provável candidatura de Campos à Presidência. Caiado é
um dos principais representantes da bancada ruralista na Casa. “Ele tem
uma postura contrária ao desenvolvimento sustentável, que com certeza
não teria como prosperar nessa aliança (Rede e PSB). Então ele pediu
para sair e está correto”, disse.
Marina foi a única entrevistada do programa. Durante quase uma hora,
falou sobre os motivos que a levaram a escolher o PSB depois que o
pedido de registro da Rede Sustentabilidade foi negado pelo Tribunal
Superior Eleitoral e das dificuldades em convencer os militantes da
sigla que este é o melhor caminho. Em momentos mais descontraídos,
lembrou da alfabetização tardia e do fato de quase ter virado freira.
Fonte: claudiohumberto.com.br