O primeiro dia do mês de Outubro foi marcado pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 1991, como Dia Internacional do Idoso, com vista a uma reflexão, promoção e protecção dos seus direitos e dificuldades.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2000 havia 600 milhões de idosos no mundo, mas este número irá dobrar em 2025.
O envelhecimento continua a ser visto como uma condição de profunda degradação. Os idosos são infantilizados e desvalorizados como se fossem excluídos sociais, por isso cabe à sociedade, particularmente os psicólogos, contribuírem para a construção de uma nova imagem associada ao envelhecimento.
À medida que a pirâmide do envelhecimento se transforma num rectângulo dever-se-á compreender que a faixa etária dos 65 aos 80 engloba um número cada vez maior de pessoas, cujas qualidades e competências se mantêm suficientemente activas para serem cidadãos tão válidos como quaisquer.
Os cuidados de saúde mental nesta faixa etária são extremamente negligenciados. De acordo com as estatísticas, os idosos sofrem menos perturbações psiquiátricas do que os outros adultos.
Para a ONU, os idosos estão divididos em três categorias: pré-idosos (entre 55 e 64 anos), os idosos jovens (entre 65 e 79 anos ou 60 e 69 anos, para quem vive na Ásia e na região do Pacífico) e idosos avançados (com mais de 70 ou 80 anos).
A ONU considera que o envelhecimento populacional deveria representar um triunfo do desenvolvimento social e da saúde pública.
Nos países desenvolvidos, o desenvolvimento socioeconómico tem ocorrido junto com o envelhecimento populacional, enquanto que nos em desenvolvimento o surgimento de novas tecnologias médicas, preventivas, diagnosticas e curativas, com novos recursos terapêuticos, fornece meios para prevenir as mortes causadas pelas doenças na meia-idade e nos indivíduos que começam a envelhecer.
Assim sendo, profundas diferenças sociais ficam estabelecidas entre esses dois universos diferentes.
O processo de envelhecimento populacional iniciado nos países em desenvolvimento com um interregno de cerca de cem anos em relação à Europa, mostrará rápidas mudanças nessas nações, projectando um crescimento na população idosa entre 200% e 400% nos próximos 20 anos.
A Espanha será o país mais velho do mundo em 2050, com uma média de idade de 55 anos e quatro pessoas sexagenárias por cada criança, segundo dados das Nações Unidas, resultante do estudo de uma socióloga.
O estudo indica que depois da Espanha estarão a Itália, Eslovénia e Áustria, com 54 anos de idade média em 2050. Outros dez países terão mais de 10% da população com mais de 80 anos.
Relativamente a Angola, o Governo controlava e assistia em todo o país, até Novembro do ano passado, 226 mil e 597 pessoas idosas nas comunidades em situações de vulnerabilidade, sendo 123 mil e 761 mulheres e 102 mil e 836 homens, além de 14 lares de assistência que albergam um total de mil e 56 idosos.
De acordo com o ministro da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumwa, que divulgou os dados em 2008, a protecção e assistência social à pessoa idosa é um dever e obrigação de todos.
Disse que os idosos são entidades importantes que estão entre o passado, presente e o futuro, já que o seu saber, vivência e experiência constituem um vínculo vital para o desenvolvimento de qualquer sociedade.
No seu ponto de vista, os idosos devem ocupar o lugar que merecem, porque é responsabilidade do governo proporcionar a oportunidade de continuar a ter uma vida activa, participando voluntariamente em actividades apropriadas às suas capacidades".
"Devemos continuar a implementar as respostas sociais e adequadas para a protecção e cuidado dos que são acusados de práticas ocultas e submetidos a maus tratos, abandono e violência", advertiu.
O ministro frisou que os mais velhos devem ser parte activa do processo de reconstrução social do país, com base nas competências que adquiriram ao longo de uma vida inteira de trabalho e de vivência.
Por outro lado, a vice-presidente em exercício da Associação de Amizade e Solidariedade para com a Terceira Idade, Emília de Almeida, advoga a necessidade de se introduzir uma lei que priorize e determine o atendimento ao idoso em qualquer instituição pública e privada.
Em declarações à Angop sobre a atenção ao idoso em Angola, disse que com a existência desta lei o idoso seria mais respeitado e valorizado no país.
Fonte: Web
"Muitos idosos não têm recebido o atendimento merecido, tanto nos bancos, hospitais e outros locais de trabalho, por isso deve-se solicitar a existência desta legislação, por forma a protegê-los", defendeu Emília de Almeida.
A fonte opinou, por outro lado, que os bilhetes para o idoso nos transportes públicos devem ser subvencionados pelo Estado, dada a sua situação de reformado.
A vice-presidente da Associação de Amizade e Solidariedade para com a Terceira Idade considerou que esta franja da sociedade se encontra desprotegida, quer do ponto de vista social, quer económico, o que proporciona o seu abandono por parte dos familiares e outras pessoas próximas.
“Este facto tem levado este grupo a um estado de solidão, contribuindo para os distúrbios de ordem psicológica e emocional”, ajuizou.
Por esta razão, Emília de Almeida solicita ao governo uma maior atenção ao idoso, para que as suas inúmeras dificuldades possam ser minoradas, como por exemplo no capítulo da assistência médico-mecicamentosa.