O total de famílias endividadas atingiu recorde em setembro, e o número de inadimplentes também teve novo ápice, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nesta segunda-feira (10). O total de lares brasileiros com dívidas a vencer chegou a 79,3% em setembro, o terceiro aumento consecutivo. No entanto, esse aumento de 0,3 ponto percentual, em relação a agosto, desacelerou e é o menor desde abril deste ano. Na comparação com setembro do ano passado, a proporção de endividados também reduziu o ritmo de crescimento, com aumento de 5,3 p.p., o que corresponde à menor taxa anual desde julho de 2021.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostra ainda que a fatia de famílias que atrasou contas em setembro alcançou a marca histórica de 30%. O índice é o maior desde o início da Peic, em 2010. Esse é o terceiro aumento mensal consecutivo da taxa, que evoluiu 0,4 p.p. Ao contrário do endividamento, que cresceu em ritmo menor, em um ano, o indicador de dívidas atrasadas expandiu 4,5%, a maior taxa anual desde março de 2016. Segundo a CNC, o aumento no endividamento em setembro foi provocado pela maior contratação de dívidas entre consumidores de renda média e baixa.
Entre os mais pobres, o endividamento superou 80% pela primeira vez na pesquisa. A proporção de endividados entre os consumidores com renda familiar inferior a 10 salários mínimos mensais aumentou 0,4% em setembro ante agosto, atingindo 80,3%, o maior patamar da série histórica da Peic, iniciada pela CNC em janeiro de 2010. No grupo de famílias com maior renda, a proporção de endividados ficou estável em 75,9%.
“Isso revela que estes consumidores estão na dinâmica de diversificação do endividamento e buscando alternativas de crédito”, explicou Izis Ferreira.
Números
85,6% dos endividados tinham contas a vencer no cartão de crédito, alta de 1 ponto porcentual nessa modalidade em um ano.10,7% das famílias relataram que não terão de condições de pagar as contas atrasadas, ou seja, permanecerão inadimplentes.
Tribuna do Norte
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