Foto: REUTERS/SPUTNIK
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, alertou durante uma reunião ministerial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, nesta quinta-feira, que as tropas russas serão “aniquiladas” pela resposta ocidental caso o presidente russo, Vladimir Putin, cumpra com sua ameaça de usar armas nucleares na Ucrânia. Essa é a primeira grande reunião da Otan desde que a Rússia anexou quatro regiões do território ucraniano e lançou ameaças veladas de ataques nucleares, sinalizando uma escalada da guerra iniciada em 24 de fevereiro por Moscou.
— Qualquer ataque nuclear contra a Ucrânia vai gerar uma resposta. Não será uma resposta nuclear, mas será tão forte do ponto de vista militar que o Exército russo ficará aniquilado — disse Borrell.
Para o líder da UE, o presidente Putin “garante que não está mentindo [sobre as ameaças] e não pode se dar ao luxo de blefar agora”. Ele acrescentou que “aqueles que apoiam a Ucrânia [a UE e seus Estados membros, os Estados Unidos e a Otan] — também não estão blefando”.
Borrell também anunciou que a UE vai fornecer um aumento no apoio militar para o país, estimado em “mais de 3 bilhões de euros”, que deve ser aprovado na próxima semana, quando os ministros de Relações Exteriores dos países da UE farão uma reunião em Luxemburgo. Desde o início da guerra, o bloco já disponibilizou cerca de 2,5 bilhões de euros à Ucrânia.
Por sua vez, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertou que tal cenário, mesmo com o uso de pequenas armas atômicas, teria “graves consequências”.
— A Rússia sabe disso. Não vou entrar em detalhes sobre nossa resposta agora, mas claramente isso mudaria fundamentalmente a natureza do conflito — disse Stoltenberg na sede da Otan.
Stoltenberg reiterou que a Otan não viu “sinais de que a Rússia mudou sua postura nuclear, mas a monitoramos 24 horas por dia, sete dias por semana”, acrescentando que isso é feito “há décadas”.
Formalmente, a Otan ainda não ameaçou usar seu arsenal nuclear para responder à Rússia, já que a Ucrânia não é membro da aliança militar e, portanto, não está coberta por sua cláusula de autodefesa.
O objetivo da reunião é discutir o reforço da defesa aérea da Ucrânia, poucos dias depois que mísseis russos caíram sobre Kiev e outras cidades do país, e produzir novos compromissos de algumas das dezenas de nações envolvidas.
Os ministros da Defesa da Otan se reuniram também com membros do Grupo de Contato de Defesa para a Ucrânia, liderado pelos Estados Unidos, que busca coordenar o fluxo de ajuda militar ao país. Na ocasião, o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, afirmou que os Estados Unidos e seus aliados fornecerão ao país quaisquer armas e suprimentos necessários para “as difíceis semanas, meses e anos à frente”.
A Ucrânia disse que a Alemanha entregou um sistema de mísseis de defesa aérea tão novo que nunca foi usado em batalha. Os Estados Unidos, por sua vez, disseram que agilizavam a entrega de outro sistema, e a França e a Holanda afirmaram que vão fornecer outros.
O Globo
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