Segundo o Ibope, 76% dizem que votariam na presidenta. Destes, 52% dizem que votariam com certeza, e outros 24% dizem que poderiam votar. Ao mesmo tempo, 20% dos eleitores afirmam que não votariam nela de jeito nenhum. O saldo presidencial é, portanto, de 56%. Dilma é a única entre os presidenciáveis que tem saldo positivo. Outros 4% dos eleitores não responderam. Ninguém afirmou desconhecer a presidenta.
Marina fica zerada no saldo de potencial de voto: enquanto 40% dizem que votariam nela com certeza (10%) ou poderiam votar (30%), outros 40% afirmam que não votariam na ex-senadora de jeito nenhum. Ela é desconhecida por 19% do eleitorado. Todos os outros cinco presidenciáveis testados estão, por ora, com saldo negativo.
Aécio tem 25% de eleitores que votariam ou poderiam votar nele hoje, contra 36% que rejeitam seu nome: saldo negativo de 11 pontos. Já Eduardo Campos tem saldo negativo de 25 pontos: 10% admitem votar nele contra 35% que não votariam de jeito nenhum. Em favor de ambos, uma grande parte dos eleitores não os conhece o suficiente para opinar: 39% desconhecem Aécio; 54%, Campos.
Rejeição
José Serra (PSDB) é o caso oposto. Duas vezes derrotado na eleição presidencial, o tucano só é desconhecido por 14% dos eleitores brasileiros. Apesar de reconhecido, seu saldo é negativo em 15 pontos: 35% admitem poder votar nele, contra 50% que afirmam que não votariam de jeito nenhum. Ao contrário dos outros nomes da oposição, Serra tem pouco espaço para crescer.
O Ibope testou ainda os potenciais de voto do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, e de Fernando Gabeira (PV). O magistrado atingiu um potencial de 17%: 4% dos eleitores dizem que votariam nele com certeza, e 13% afirmam que poderiam votar. Gabeira chegou a 7% de potencial (1% com certeza, mas 6% que poderiam votar).
A um ano e meio da eleição, a pesquisa de potencial de voto é mais reveladora sobre a viabilidade eleitoral dos candidatos do que os cenários hipotéticos. A pesquisa do Ibope/Estado mediu as chances dos presidenciáveis das duas maneiras. Leia a mais completa pesquisa sobre a sucessão presidencial na edição deste sábado do Estado. O Ibope entrevistou face a face 2.002 eleitores em 142 municípios de todas as regiões do Brasil entre os dias 14 e 18 de março. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.
Dilma suspende agenda com Eduardo Campos
A presidenta Dilma Rousseff cancelou a ida, na segunda-feira (25) para o Recife, onde participaria da inauguração de um lote das obras de duplicação da Rodovia BR-408, ao lado do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Campos é visto dentro do governo federal como um potencial rival de Dilma na eleição de 2014. Pela manhã, no entanto, ela mantém a agenda prevista no Estado, com a entrega de um sistema adutor em Serra Talhada, a 415 quilômetros da capital de Pernambuco.
Em vez de ir à capital, Dilma segue na tarde da segunda-feira para Petrópolis, na Região Serrana do Rio, onde deverá participar de missa em homenagem às vítimas de deslizamentos na cidade.
Pelo menos 30 moradores morreram na região. Campos encontrou-se com o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), no dia 15, em mais um movimento para tornar viável a própria candidatura presidencial. A aproximação ocorre no momento em que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) enfrenta insatisfações no PSDB. De acordo com um assessor da administração federal, o encontro de Campos com Serra deve preocupar mais Aécio do que Dilma porque "mostra a resistência interna dentro do próprio PSDB em relação à candidatura do senador".
Datafolha divulga pesquisa
São Paulo (AE) - A presidenta Dilma Rousseff se manteve na liderança das intenções de voto para a sucessão à Presidência da República, em pesquisa Datafolha divulgada ontem. De acordo com a mostra, se a eleição fosse hoje, a presidenta Dilma teria a preferência de 58% dos entrevistados. Na pesquisa anterior, de dezembro do ano passado, Dilma aparecia com 54%.
Em segundo lugar aparece a ex-senadora Marina Silva (sem partido), com 16% das intenções de voto. Na sequência, aparecem o senador do PSDB Aécio Neves, com 10%, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 6% das intenções de voto.
Marcelo Crivella pede apoio à presidenta
São Paulo - O ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da Igreja Universal, disse ontem, a um grupo de cerca de 3 mil pastores evangélicos que eles deveriam "aplaudir" o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT), porque as políticas públicas voltadas para a população mais pobre permitiram uma arrecadação maior do dízimo - pagamento mensal feito por fiéis para sustentar as atividades das igrejas.
"A nossa presidenta e o presidente Lula fizeram a gente crescer porque apoiaram os pobres. E o que nos sustenta são dízimos e ofertas de pessoas simples e humildes", disse Crivella durante um evento da Convenção Nacional das Assembleias de Deus - Ministério Madureira, em São Paulo. "Com a presidenta Dilma, os juros baixaram. Quem paga juros é pobre. Com menos juros, mais dízimo e mais oferta."
Crivella participou do congresso acompanhado do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), que discursou como representante de Dilma. O ministro da Pesca elogiou programas sociais adotados pelo PT no governo federal e destacou o efeito dos avanços da economia brasileira no crescimento das igrejas católicas.
"A presidenta Dilma disse: não vamos mais explorar o povo. E quando sobra mais dinheiro, o povo evangélico não é o povo que vai para a butique pra comprar roupa de marca. Sabe o que o povo faz? Ele vai mais na igreja, porque tem condições de pagar o metrô e o trem. Ele dá mais oferta, mais dízimo, faz mais caridade. Então nós temos que aplaudir a presidenta Dilma", declarou Crivella para os pastores.
A Convenção Nacional das Assembleias de Deus reuniu dirigentes e líderes religiosos para traçar as diretrizes da igreja evangélica para os próximos quatro anos. No evento, montaram uma comissão política para acompanhar as eleições e o processo de elaboração de leis, com foco no engajamento contra a descriminalização do aborto e da união civil de pessoas do mesmo sexo. O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, discursou em um evento nesta manhã.