Antes só que mal acompanhada. Esta tem sido a frase que a governadora
Rosalba Ciarlini (DEM) tem deixado entender em suas entrevistas
pós-rompimento do PR. Depois do PMDB. E, se formos analisar melhor o
quadro, a governadora está coberta de razão. Qual a vantagem que ela
teria de possuir um aliado que torce para que o seu governo despenque de
vez? O blog crê, por sinal, que nenhum gestor tem esse interesse, de
manter algum partido em sua base apenas para garantir o silêncio. Não
vale à pena. E isso se aplica às demais esferas de governo.
No caso de Rosalba, ela perdeu o suporte do PMDB e agora do PR. O
rompimento deles causou dano grande? Sim, com certeza. Mas é algo
irrecuperável? Nunca. Não se pode existir essa vertente em política. Até
porque os rompidos de hoje podem ser, mais uma vez, aliados de amanhã. É
natural que, depois de um afastamento com críticas, alguma rusga
perdure. Mas o tempo sara tudo. Até as doenças ditas ou tidas como
incuráveis. Só não sana os males da alma.
O certo é que Rosalba está sendo posta em isolamento político
propositadamente. Artimanha de quem? Ao ver do blog, tal situação
estaria sendo orquestrada pelo PMDB. Afinal, o presidente estadual da
legenda e presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Henrique
Eduardo Alves, sonha em ser candidato ao Governo do Estado desde tempos
remotos. Ele enxerga agora a possibilidade de concretizá-lo.
Para tanto, nada melhor do que isolar quem está no governo. No caso,
Rosalba Ciarlini. Depois, entende-se, que a tática se voltaria à
exploração do fato de que os partidos ditos grandes não estão apoiando o
governo dela. Sim, pode ser que surta efeito. E também pode ser que
não. A primeira questão é: se antes eles eram aliados e agora romperam e
propagam que o governo não vale nada, o que os mantinham aliados?
Como se percebe, alguém sairá com o estigma de interesseiro. E
certamente não será Rosalba. Quem abandona algum projeto ou rompe com
algum governo, certamente teve algum interesse contrariado. Mas qual
seriam os interesses de Henrique Eduardo Alves e de João Maia, deputado
federal e presidente estadual do PR? Isso só eles podem responder. Até
agora, a mesmice de sempre como resposta: que o governo é centralizador,
que não se deixa ajudar, que isso e aquilo.
Ora, o texto dito por João Maia segue o mesmo script lido por Henrique
Eduardo Alves quando do rompimento do PMDB com o governo do DEM
potiguar. Até parece que combinaram. Parece? Alguns têm certeza. Afinal,
por quais motivos João Maia se reuniu com o ministro da Previdência
Social, senador licenciado Garibaldi Alves Filho (PMDB) dias antes de
anunciar que o PR estava fora do governo Rosalba? Certamente não foi
para rezar um terço.
Fonte: Blog Edmilson Damascena