A Justiça determinou o afastamento para não prejudicar investigação.
João Emanuel nega irregularidades nas licitações da Câmara da capital.
João Emanuel teria participação em esquema de falsificação
de documentos (Foto: Otmar de Oliveira/ Câmara de Cuiabá)
Agentes do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)
cumprem nesta quinta-feira (28) oito mandados de busca e apreensão com
vistas a desarticular um suposto esquema de desvio de dinheiro público
por meio de fraudes em licitações da Câmara de Vereadores de Cuiabá.
Foram apreendidos documentos, computadores e outros materiais no
Legislativo e em quatro residências, entre elas a do presidente da
Câmara, João Emanuel Moreira Lima (PSD). Também houve buscas em um
Cartório de Serviço Notarial de Várzea Grande, região metropolitana na
capital, em uma gráfica e em um escritório de contabilidade.
João Emanuel negou qualquer irregularidade nos processos licitatórios
da Câmara e disse estar à disposição do Gaeco para contribuir com as
investigações.
O parlamentar, de acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), teria
participação na falsificação de documentos de terrenos, que seriam
usados como garantia a agiotas para obter dinheiro a ser usado na futura
campanha do parlamentar a deputado estadual nas próximas eleições.
Conforme o MPE, os terrenos seriam pagos com a garantia de participação
em processos licitatórios fraudulentos no Legislativo. A operação foi
batizada de Aprendiz.
Além disso, o MPE pediu e a Justiça determinou nesta quarta-feira (27) o
afastamento João Emanuel da presidência da Câmara Municipal. A ideia é
que as investigações não venham a ser prejudicadas. "Certamente o
afastamento de João Emanuel da presidência da Câmara irá contribuir com
as investigações, permitindo que documentos sejam localizados e
testemunhas sejam ouvidas sem o constrangimento de estarem prestando
declarações contra a chefia”, diz um trecho da decisão da magistrada
Selma Rosane Santos de Arruda, da Vara Especializada Contra o Crime
Organizado.
A defesa de João Emanuel informou que deve ingressar com recurso na
Justiça para que o vereador seja reconduzido ao cargo de presidente do
Legislativo.
Venda de sentença
João Emanuel também é acusado de suposto envolvimento em um esquema de venda de sentença judicial. Ele e mais nove pessoas são suspeitas de tentar comprar decisões judiciais, no valor de R$ 1 milhão, para que fosse colocada em liberdade uma família presa por acusação de tráfico de drogas. Ele chegou a ser afastado da presidência da Câmara, mas depois retornou por meio de liminar. A operação chamada de Assepsia foi deflagrada em abril deste ano.
Fonte: G1/MT