Brasília – (por Jorge Oliveira)
- Os cientistas políticos e os sociólogos de plantão ainda estão
atônitos com as manifestações de rua que ocorrem no país. A convulsão
social que explodiu nos estados com milhares de pessoas protestando é a
combustão espontânea da revolta de um povo que estava contido,
manipulado por políticos e liderado por um governo que subestimou a sua
capacidade de se indignar. O PT achou, durante muito tempo, que o pão e o
circo seriam suficientes para manter os brasileiros anestesiados. E o
que se vê é a revolta popular contra as migalhas dos programas sociais, a
alta da inflação, o endividamento da classe média levada ao consumo por
uma política econômica leviana e desastrosa de um governo que
administra o país no improviso.
Nem os mais abalizados analistas políticos seriam capazes de
imaginar que o circo iria pegar fogo e o pão seria rejeitado pelo povo
que está nas ruas para reivindicar por seus direitos em um país que só
sabe exigir da sua população, mas nada oferece em troca. Não reduz os
impostos exorbitantes, não combate a violência e a epidemia do crack.
Não oferece transporte público eficiente, abandonou a educação e a
saúde e paralisou as obras de infraestrutura freando a geração de
emprego. O governo petista se distanciou do povo e se enclausurou em
grupelhos. Ignorou a capacidade de aglutinação dos jovens, a importância
das redes sociais e o poder de mobilização da classe média, enxertada
por emergentes da classe “c”, antenados com a política e a economia em
crise do Brasil e de outros países.
Mas numa análise mais simplista, observa-se que no cerne de toda
essa questão o combate a corrupção é a palavra de ordem que se repete
nos cartazes e está na boca dos manifestantes. O pais está atolado na
lama, a honestidade desce pelo esgoto. Não existem mais líderes, homens
públicos confiáveis. O Brasil está mergulhado na anarquia, dominado por
pelegos sindicais irresponsáveis, analfabetos e despreparados que povoam
os 39 ministérios e outros órgãos públicos. A presidente da República,
como uma autista, mostra o seu despreparo para dirigir o país quando em
plena crise voa para São Paulo para se aconselhar com Lula e o
marqueteiro João Santana. Mais uma vez ignora o clamor das ruas e
prioriza a reeleição, enquanto o país pega fogo! O marketing não salvou
Collor quando pediu que a população saísse às ruas de verde e amarelo
para apoiá-lo na crise. A multidão vestiu-se de preto. O resultado,
todos conhecem.
Fonte: Cláudio Humberto