Oito pessoas, entre elas dois ex-prefeitos e um vereador, foram 
presas nesta terça-feira em uma operação da Polícia Civil, acusadas de 
integrar uma quadrilha que fraudava licitações na região de Sorocaba. O 
ex-prefeito de Araçariguama, Carlos Aimar (PSL), e o ex- prefeito de 
Mairinque, Dennys Veneri (PTB), estão entre os presos. Também foi detido
 o atual vereador Helinho Moretto (PTB), da Câmara de Mairinque. De 
acordo com as investigações, a quadrilha pode ter desviado R$ 2 milhões 
dos cofres públicos.
Foram presos ainda funcionários 
públicos e executivos de empresas. Todos são acusados de corrupção ativa
 ou passiva, formação de quadrilha, falsidade ideológica, tráfico de 
influência, peculato e lavagem de dinheiro. Durante os 11 meses de 
investigação, a Polícia Civil interceptou conversas telefônicas e 
quebrou o sigilo fiscal e bancário dos suspeitos com autorização 
judicial. De acordo com o delegado seccional de Sorocaba, Marcelo 
Carriel, havia um vínculo entre eles nas fraudes, o que caracterizaria a
 formação de quadrilha. "Essas pessoas forjavam contratos de empresas 
fictícias para contratar com as prefeituras. Várias licitações foram 
fraudadas", disse.
No total foram cumpridos nove mandados 
de prisão e treze de busca e apreensão nas Câmaras de Mairinque, 
Guarulhos e Osasco. Computadores e documentos foram apreendidos. Os 
detidos foram levados para a Cadeia Pública de São Roque. A prisão é 
temporária, por cinco dias. De acordo com o delegado, as prisões são o 
desdobramento de uma ação realizada em outubro do ano passado pela 
Polícia Civil e Ministério Público Estadual, durante a qual foram 
apreendidos documentos e computadores na prefeitura de Mairinque.
O
 material passou por perícia, resultando na confirmação das fraudes. Na 
época, Veneri era prefeito e alegou desconhecer qualquer esquema de 
fraude. Sua assessoria informou que um advogado entraria ainda nesta 
terça-feira com pedido de revogação da prisão. O advogado do ex-prefeito
 de Araçariguama, Luiz Manna Moraes, disse a prisão de seu cliente foi 
baseada em conversa de outros acusados, não havendo razão para que seja 
mantido na cadeia. "Não há nada de concreto contra ele." Moraes deve 
pedir nesta quarta-feira a revogação da prisão provisória. A Câmara de 
Mairinque informou que a detenção do vereador tem relação com o cargo de
 diretor de finanças que ele exerceu na prefeitura na gestão passada.
Fonte: Uol