Rio de Janeiro - Conseguir a reforma política no Brasil, por meio da
mobilização social, é a proposta da campanha Eleições Limpas lançada
hoje (29), na capital fluminense, em evento no prédio da Faculdade de
Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Praça da
República, no centro da cidade. A campanha é uma iniciativa da União
Nacional dos Estudantes (UNE), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). O lançamento nacional
da campanha ocorreu há dois meses em Brasília, na OAB.
O objetivo é recolher 1,6 milhão de assinaturas em todo o país (1% do
eleitorado), para que o projeto de lei de iniciativa popular, nos
moldes da Lei da Ficha Limpa, entre em votação na pauta do Congresso
Nacional. Até o momento, o portal do movimento, na internet,
contabilizou cerca de 158 mil assinaturas. No site do Avaaz, organização não governamental (ONG) em prol de causas sociais, foram coletadas aproximadamente 162 mil assinaturas.
Entre os principais pontos defendidos pela campanha estão o
financiamento democrático das campanhas eleitorais, acabando com o
custeamento por empresas com a intenção de impor interesses privados; a
participação popular, ampliando os canais de democracia direta e
participativa por meio de plebiscitos, projetos de leis populares,
mecanismos de transparência; e o combate à corrupção, limitando a figura
do representante político.
Para a presidenta da UNE, Virgília Barros, a campanha é fruto da
insatisfação popular demonstrada nas manifestações. “Queremos catalisar
toda a vontade que temos expressado nas ruas, em uma medida objetiva de
transformação do sistema político brasileiro. Certamente esta campanha
terá adesão maciça da população nas ruas e na internet”, disse.
Entre os dias 27 e 30 de julho deste ano, a OAB encomendou uma
pesquisa de Ibope para saber a opinião da população sobre a reforma
política no Brasil. O resultado da pesquisa mostrou que 84% dos 1.500
entrevistados em todo o Brasil, a partir de 16 anos de idade, são
favoráveis às manifestações de rua. De acordo com o levantamento, os
dois sentimentos que mais motivaram os protestos seriam a revolta (37%) e
a sensação de abandono (32%).
Segundo o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coelho,
a pesquisa demonstrou o sentimento de revolta da população. “Há uma
distância muito grande entre o desejo do cidadão e o que vem sendo
praticado pela classe política”, declarou.
Fonte: Agência Brasil