Mesmo sem o número total de assinaturas validadas, ex-senadora protocolou petição; futura sigla precisa ser reconhecida até 5 de outubro para disputar eleições.
Marina entrega petição ao lado de apoiadores da futura sigla, como Walter Feldman e Pedro Simon.
Acompanhada do senador Pedro Simon (PMDB-RS) e dos deputados
federais Walter Feldman (PSBD-SP) e Domingos Dutra (PT-MA), a
ex-senadora Marina Silva deu entrada nesta segunda-feira, 26, ao pedido
de registro de seu novo partido - a Rede Sustentabilidade - junto ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar de não ter ainda as 492 mil
assinaturas necessárias para dar início ao processo, foi apresentado um
protocolo com 304 mil assinaturas validadas nos Tribunais Regionais
Eleitorais, enquanto as demais assinaturas aguardam pela certificação
dos órgãos da Justiça eleitoral locais.
"Agora é com o TSE... Entramos com pedido de homologação de 630 mil
apoios de cidadãos de todos os cantos do Brasil", diz uma mensagem
publicada na página oficial do futuro partido no Facebook, minutos após a
chegada de Marina ao TSE.
Ao total, a Rede coletou 850 mil fichas de apoio, mas descartou 200
mil assinaturas e ainda assim, teve 96.356 assinaturas invalidadas pela
Justiça Eleitoral dos Estados, sendo que em relação a 73 mil não foi
apresentado motivo para rejeição. Entre as fichas de apoio rejeitadas
estava a do senador Pedro Taques (PDT-MT), que teve sua assinatura
invalidada. "Nós compreendemos até o problema da falta de estrutura, mas
não concordamos que tenhamos de pagar o preço, depois desse trabalho
que tivemos no País inteiro", disse Marina.
Segundo a ex-senadora, apesar de a lei exigir registro do novo
partido em nove Estados, a Rede já teria número suficiente em 24
unidades da Federação. Até agora, no entanto, somente o Rio Grande do
Sul conseguiu formalizar a criação de um diretório estadual. Marina
disse acreditar no trabalho da Justiça Eleitoral, que tem o prazo de
aproximadamente um mês para conceder o registro à Rede e assim permitir
que o partido dispute as eleições de 2014. A data final é 5 de outubro.
"Nós confiamos na Justiça", afirmou a ex-senadora.
Na semana passada, a ex-senadora procurou diretamente a presidente do
TSE, ministra Cármen Lúcia, para se queixar da demora na validação das
assinaturas em Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). As corregedorias
eleitorais rechaçaram as reclamações do grupo de Marina.
Marina agradeceu ao apoio de 12 mil pessoas que se mobilizaram na
coleta de assinaturas e fez referência ao senador Pedro Simon, por
ajudá-la no debate contra o projeto que tenta restringir a criação de
novos partidos. Ela disse ter dúvidas de que o Senado coloque a proposta
em votação "só para prejudicar uma força política que tem o direito de
se viabilizar". Perguntada sobre a pesquisa de intenção de voto para a
corrida presidencial, Marina disse que os levantamentos são apenas "um
retrato do momento". "Não devemos tomar isso como definitivo", observou.
Ao final da entrega dos malotes contendo certidões, protocolos e
processos encaminhados aos Tribunais Regionais Eleitorais, Marina disse
que a Rede está sendo formada de uma forma distinta de outras siglas,
que normalmente são criadas a partir de fusões. "Nós fomos pelo caminho
mais difícil, mas que é o mais gratificante, que é conversar com cada
pessoa", finalizou.
Fonte: Nominuto